Para viagens ao Exterior, é preciso "escala" em Campo Grande; "trade" turístico de MT reclama
O Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, em Mato Grosso, não faz jus à categoria que ostenta. Localizado no Centro-Leste, divisão feita pela própria Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o terminal é o único da região que leva o título de internacional, sem, no entanto, fazer voos para fora do país.
O superintendente da Infraero em Mato Grosso, Sérgio Kennedy, alega que a internacionalização do aeroporto, concedida em 1996, é apenas para cargas. O embarque de passageiros só será possível a partir das obras de ampliação. "Temos problemas na infraestrutura atual do Marechal Rondon. E também é necessário passar por um processo de alfândegamento, para que ele se torne internacional", observou.
As obras de ampliação do setor de desembarque, que, segundo o superintendente, já eram previstas mesmo antes da definição de Cuiabá como uma das cidades-sedes da Copa 2014, deveriam ter começado em novembro de 2008, porém problemas licitatórios atrasaram o processo. O edital, no valor de R$ 2,7 milhões, será publicado no próximo dia 15.
Para o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav-MT), Nilson Marques de Freitas, o título de internacional é para tudo. "Não existe afirmar que só cargas fazem voos internacionais", disse.
Escala em Mato Grosso do Sul
No último dia 3, passageiros com destino a Bariloche (Argentina) tiveram que fazer escala em Campo Grande (MS) para chegarem ao destino. "Pedimos liberação da Infraero, mas ela não deu. Nos próximos três finais de semana, teremos o mesmo destino e será da mesma forma. Se continuar com essa morosidade ou falta de interesse, fico preocupado com a Copa em 2014", afirmou Nilson.
Da mesma forma pensa o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Mato Grosso (Sindtur), Oiran Gutierrez. "É uma situação lamentável, para não dizer vergonhosa", afirmou. Segundo ele, os quatro voos com destino à Argentina seriam excepcionalidades que a Infraero poderia ter aceitado.
O presidente lembrou que, entre 1993 e 1999, Cuiabá realizou vários voos internacionais, com destinos a cidades da América do Sul e também aos Estados Unidos.
"Houve um retrocesso. Nos anos em que esses voos foram realizados, o aeroporto tinha uma estrutura bem menor que a atual e conseguíamos realizá-los. Falta comprometimento dos gestores", disse Gutierrez.
Para o segundo semestre deste ano, estavam previstos, segundo a Sindtur, voos saindo de Cuiabá com destino a Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), para a Expocruz, feira internacional de comércio, e para os fins de semana voos saindo para Buenos Aires (Argentina) e Santiago do Chile (Chile). Todos foram cancelados.
Fonte: Isa Sousa (Midia News)
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