segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cruzando o mundo


Da Nova Zelândia ao Brasil. Até agora, essa foi minha mais longa missão desde que cheguei à WebJet. Isso, porém, não é dizer pouco. Dos 20 aviões operados pela companhia, fui responsável pelo recebimento de 15, além de ter comandado 9 dos 12 voos de traslado internacional desses equipamentos. Adquiri ótima experiência na coordenação dessas operações: trouxe três aviões dos EUA, um da Bélgica, um da Polônia, dois da Inglaterra e um do Chile. Mas o último, que comandei da Nova Zelândia até o Rio de Janeiro, certamente foi o mais emocionante.
Receber uma aeronave nova não é tarefa simples. A operação envolve uma incontável seqüência de ações de vários setores de uma empresa, culminando com a aeronave pronta para o traslado até sua nova base.
Depois que a alta administração de uma empresa – no caso da WebJet, a vice-presidência – escolhe o fornecedor e o avião, o primeiro passo é enviar uma equipe de inspetores de manutenção e engenheiros. São eles que fazem toda a vistoria do aparelho e auditam sua documentação. Sua missão é verificar cada DA (Diretiva de Aeronavegabilidade), se todas as recomendações dos boletins do fabricante foram cumpridas, qual o histórico de incidentes, os registros de reparo e todos os aspectos da manutenção geral da aeronave.
Enquanto o pessoal de campo faz seu trabalho, o setor financeiro da empresa analisa e negocia como será a aquisição ou o arrendamento da aeronave. A diretoria de Manutenção, por sua vez, analisa em detalhe as rotinas de manutenção especificadas no contrato, e que serão obrigatórias durante sua duração. Também define como deverá ser a operação dos motores, qual será a reserva de manutenção, assim como outras minúcias que devem ser analisadas com cuidado. Muitos desses pontos ainda passam pelo crivo do setor de Operações antes da assinatura definitiva do contrato.
É nesse momento que começa a parte intensa de trabalho para o setor de Operações. Seu primeiro passo é estudar os detalhes do traslado, escolhendo uma rota a ser voada, analisando as condições de todas as pistas envolvidas na operação. Nesse pacote entram aeroportos de origem, destino, alternados e possíveis alternados, para os casos de emergências ao longo da rota. Definida a rota e os aeroportos, a companhia solicita as autorizações de sobrevôo e pouso, paga as taxas aeroportuárias necessárias e negocia as ordens de abastecimento e handling nos aeroportos pelos quais a aeronave deverá passar. É vital que todos os detalhes sejam previstos, caso contrário, a aeronave corre o risco de ficar retida em algum aeroporto ao longo da rota.
Dada a complexidade dessa operação, há no mercado empresas especializadas em providenciar essas autorizações e negociações necessárias para um voo de traslado, o que economiza tempo, dinheiro e dor de cabeça à companhia aérea. Basta entrar em contato com uma delas, informar o tipo de aeronave, seu prefixo, nome e dados dos tripulantes, a data provável do voo, qual a rota e especificar quais serviços se deseja contratar nos aeroportos no caminho. Embora essas empresas realmente providenciem essas facilidades, é importante acompanhar o trabalho que foi feito para evitar surpresas.
Cumpridas essas etapas, é preciso selecionar uma tripulação experiente e que conheça bem a aeronave para poder busca-la. Mais do que desejável, é muito recomendado que tenham nota mínima de 4 na prova de inglês padrão ICAO, aplicada pela ANAC, e que pelo menos um dos tripulantes selecionados para o traslado tenha experiência em voos internacionais.
Fonte: aeromagazine
Photo by: Eduardo

Um comentário:

Eric Branden disse...

Boa noite,

Vc poderia, por favor, me indicar umas empresas que fazem este trabalho: "empresas especializadas em providenciar essas autorizações e negociações necessárias para um voo de traslado"

Obrigado,

eric.branden@gmail.com

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