“É uma sensação muito gratificante saber que uma vida foi salva”. Assim declarou o Major Aviador Pierre Gonçalves Bastos da Força Aérea Brasileira ao saber que o velejador francês que ele havia ajudado a localizar, em alto mar, havia pisado em terra firme. Alexandre Scrizzi chegou no início da noite de quinta-feira à Capitania dos Portos de Salvador. Ele veio escoltado pela Fragata Gravataí e, mesmo aparentando estar bem, recebeu atendimento de médicos da Marinha.
Ao desembarcar, manifestou o desejo de conhecer o piloto brasileiro que localizou sua embarcação. “Gostaria de encontrar com ele e com o comandante da Fragata e pedir desculpas por ter causado essa situação”, destacou o velejador. Ele participava da regata internacional Transat 2009 e foi considerado desaparecido no dia 19 de outubro. Segundo o francês, durante o percurso, foi cometido um erro que acabou gerando um desvio de rota.
“Possuia comida e água a bordo. Sabia que se seguisse a oeste chegaria na costa brasileira, mas o navio chegou até mim antes disso”. Scrizzi deveria velejar próximo a Salvador, no entanto, quando foi localizado pela equipe do1º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação da FAB (Esquadrão Orungan), estava a quase 500km da costa. Suas coordenadas foram repassadas à Marinha que o escoltou por dois dias até atracar na capital baiana.
“Quando fomos acionados, em questão de minutos mudamos a configuração da aeronave e nos preparamos para fazer a busca a esse veleiro. Tentamos contato, mas ele não respondeu e ficamos na dúvida se estaria dentro da embarcação. Informamos a localização à Marinha e, agora, ficamos muito satisfeitos por saber que o velejador não se perdeu. Ver a alegria de ser resgatado e saber que ele está com vida e em boas condições é a maior gratificação que podemos ter”, garantiu Major Pierre.
Para quem estava na missão, fica a sensação de dever cumprido. “Nosso lema das equipes de patrulha é ‘trabalhar para que outros possam viver’. Dessa vez conseguimos fazer com outro vivesse. É muito bom poder contar em casa, para nossos filhos, que nós fomos lá, o localizamos e que ele está vivo”, ressaltou o observador que visualizou a embarcação, Sargento Francisco de Assis Souza Magalhães.
O Capitão de Mar e Guerra, Paulo Ricardo Girão Garcia, esclarece que a ação conjunta da Aeronáutica e da Marinha foram essenciais para o sucesso do resgate. “A FAB é extremamente importante nesse sentido da localização já que o avião, pelas próprias características, consegue chegar ao local de forma muito mais rápida. E, essa ação coordenada entre as Forças, de forma a acionar rapidamente o socorro, tem sido muito positiva”, afirma ele, lembrando que a última missão conjunta de destaque nacional entre as corporações foi o resgate do AF 447.
A chegada do francês foi um alívio para sua esposa. Cristina Ciarol destacou que a incerteza sobre o paradeiro do marido e sobre a forma como ele poderia ser localizado era o que mais a preocupava. “Não fazia idéia de como ele seria encontrado. Não sabia se ele estava no barco, se havia caído no mar, se estava com problemas de saúde”, destacou ela, lembrando que no dia 3 de outubro foi a última vez em que conversou com Scrizzi já que, durante a prova, certos equipamentos de comunicação, como celular, não podem ser mantidos a bordo.
FONTE:FAB
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