quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Airbus e Boeing lutam pela liderança


Os deuses da aviação devem estar loucos. Todos os indicadores IATA e AEA apontam para os mesmos problemas: quedas das receitas, menos tráfego de passageiros, planos de contingência, efeitos colaterais de pandemias, retração de mercados.

Enfim, é difícil pensar numa maleita econômica que as companhias não enfrentem. Mas no centro do furacão, há uma ilha que permanece inviolável, as construtoras de aviões. Depois de uma década de fratricida luta entre a Airbus e a Boeing, a guerra da concorrência acabou por dar a primazia de mercado à empresa europeia.

Mas agora, em 2009, as contas estão bastante equilibradas. Os gigantes da aviação comercial esperam terminar o ano ombro a ombro na luta pela trono de maior construtora. Durante o passado mês de Setembro, a Airbus entregou 38 aparelhos, 28 narrowbodies e 10 widebodies.

Desde o início do ano, a empresa europeia entregou 358 aviões, enquanto a Boeing entregou 359 aparelhos no mesmo período de tempo. Ambos os gigantes esperam vender, cada um, 480 aeronaves até ao final do ano, o que representará um recorde que já tinha uma década, quanto em 1999 as empresas entregaram 914 aeronaves.

É de relembrar que no ano passado o preço dos combustíveis para aviação civil contaminaram, e de que maneira, o equilíbrio financeiro das companhias.

Por outro lado, também o preço dos aviões desceu, especialmente dos aparelhos em segunda-mão, além de se temer que mais transportadoras abram falência, que se façam mais cortes de capacidade e que o preço dos leasings se altere.

As entregas continuam em alta, apesar da vaga de cancelamentos, e neste capítulo quem perde menos… ganha. Até agora, a Boeing teve de enfrentar 91 encomendas canceladas, enquanto que a Airbus regista 26 cancelamentos.

A companhia Kingfisher Red, depois de adquirir a LCC, Air Deccan, viu-se forçada a voltar a trás na encomenda de três A320, sendo este apenas um exemplo de como a ebulição do mercado da aviação afetou as listas de encomendas.


Visão de perito

Um inquérito conduzido pela Bloomberg a um grupo de analistas e consultores do sector revela uma tendência de futuro bastante óbvia: 2010 será o ano de ajuste de contas, do despertar para a realidade.

Daí resultará uma lógica quebra de produção, que o estudo prevê atinja os 30% até 2011, especialmente afetando o fabrico de aparelhos de modelo narrow-body.

Os modelos mais afectados deverão ser o 737 da Boeing, e o Airbus A320, que são os modelos que mais contribuem para as vendas de ambas construtoras.

A Bloomberg espera que o abrandamento das linhas de produção nas fábricas dos dois colossos aeronáuticos afetem centenas de abastecedores.

Como uma réplica de terramoto, os efeitos serão sentidos nas empresas que produzem trens de pouso, portas ou assentos. Esta indústria subsidiária pode registar prejuízos na ordem dos 70 milhões de euros.

O porta-voz da Airbus revela que “não há um plano imediato para cortar a produção”, depois de em Fevereiro a empresa ter refreado a produção mensal de A320, de 36 unidades para 34.

Também a construtora de Chicago ainda não viu “necessidade de cortar a produção”, de acordo com Jim Proulx, porta-voz da Boeing, que fabrica todos os meses 31 aviões B737.

De acordo com uma estimativa de realizada por uma consultora do Barclays Capital, se a Airbus e a Boeing fabricarem menos três aeronaves por mês, poderão reforçar os seus cofres com 300 milhões e 400 milhões de dólares respectivamente.


Entretanto, enquanto a brasileira Embraer ganha posição no mercado, a China pretende rebentar com o domínio da Airbus/Boeing, em especial ao introduzir no mercado o C919, que pretende fazer sombra ao A320 e ao B737.

Fonte: Publituris.

Nenhum comentário:

SEGUIDORES AEROBLOG

Total de visualizações de página