Tudo indica que todas as questões entre a SATA Internacional e a Shell Brasil estão resolvidas, disse ao PressTUR Lúcia Bichara, presidente da operadora baiana BIS, que interveio ontem para desbloquear o charter que trazia 194 turistas portugueses de Porto Seguro e Salvador para Lisboa, que esteve ameaçado por a Shell exigir o pagamento dos 43 mil euros do combustível em dinheiro e não aceitava cheque.
“A SATA já trabalha há tanto tempo (nos vôos charter para o Brasil) sem o menor problema, que só pode ter sido um lapso”, comentou Lúcia Bichara, que disse ter tido a informação de que a situação com a Shell já estará solucionada, porque a sua empresa foi desobrigada da garantia de pagamento do combustível fornecido ao avião no aeroporto de Porto Seguro.
“Fomos informados para não nos preocuparmos com o pagamento na segunda-feira porque entre a Shell e a SATA está tudo resolvido”, relatou a presidente da BIS.
Lúcia Bichara contou ao PressTUR que quando o vôo chegou a Porto Seguro, procedente de Lisboa, para deixar turistas e recolher os que lá se encontravam há uma semana, seguindo então para Salvador, para voltar a deixar e recolher passageiros, a operação parecia normal.
Pelo seu relato, foi uma surpresa quando a Shell surgiu com a exigência de pagamento do combustível em dinheiro.
“Não sei dizer o porquê. A SATA é uma empresa com credibilidade. Nunca tiveram quaisquer problemas”, referiu Lúcia Bichara, cuja empresa, a BIS, tendo o apoio do operador Mundovip, perante o problema e pela confiança na companhia aérea, assumiu a garantia do pagamento do combustível em Porto Seguro.
A situação parecia resolvida e que não surgiriam mais transtornos ao regresso dos 89 passageiros que embarcaram em Porto Seguro para regressarem em Lisboa, quando na escala em Salvador, onde embarcaram mais 105, se coloca de novo o problema, com a complicação adicional de ser uma diretiva da Shell no Rio de Janeiro.
Lúcia Bichara relatou que houve diversas intervenções para desbloquear o vôo, desde o próprio aeroporto de Salvador, a “alguém do Governo” que estava a bordo, bem como da própria SATA.
Uma vez mais a BIS predispôs-se a garantir o pagamento, “e eles aceitariam, mas não houve necessidade”, acrescentou Lúcia Bichara, que disse não saber o que realmente motivou a mudança de atitude por parte da petrolífera, mas admitindo que tenha sido por intervenção da própria SATA, tendo em conta a informação que recebeu do Aeroporto de Porto Seguro.
Mas a “saga” não acabou com essa mudança de atitude da Shell, uma vez que, segundo os próprios passageiros relataram, quando tudo estava resolvido pôs-se o problema de as tripulações terem “queimado” os tempos de vôo, embora desde o início piloto e co-piloto estivessem dispostos a realizar o vôo.
Enquanto isto, nos “bastidores”, era uma azáfama por parte da equipa de receptivo da BIS, que ora tinha que garantir transporte e hotel para os passageiros, ora já não precisava, porque no caso de o vôo não se realizar seria necessário garantir que os clientes teriam “um atendimento correto”.
Com tudo isto, o voo saiu de Salvador já de madrugada e chegou a Lisboa, segundo indicação no site da ANA, às 15h09 minutos, ou seja, seis horas depois da hora prevista.
A diretora de comunicação da SATA, ouvida pela TSF, já veio dizer que a companhia vai apurar responsabilidades e considerou que na origem terá estado uma “falha, desagradável, de comunicação”.
A directora da SATA explicou que a companhia estava “convicta” de que o pagamento tinha sido efetuado, e não se apercebeu na semana passada de que não era assim.
"O pagamento não terá sido concluído por algum motivo que apuraremos na segunda-feira", disse.
A mesma responsável referiu-se a uma mudança de processos administrativos que pode ter levado a esse equívoco.
O vôo é uma operação charter contratada à SATA pelos operadores Club 1840, Entremares, Iberojet, Mundovip e Travelplan, que se mantém semanalmente durante todo o ano.
O charter em avião Airbus A310, de 222 lugares, tem feito a rota Lisboa – Porto Seguro – Salvador – Lisboa, enquanto um A310 da White faz Lisboa – Recife – Natal.
Este modelo manteve-se até meados de Maio, quando os operadores, por razões de mercado cancelaram o charter em avião da White, e colocaram o voo da SATA a ligar Lisboa a Porto Seguro e Nata, e foi retomado em finais de Julho.
Fonte: Presstur.
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