Quem não gosta de um happy hour ?
Na aviação acontece, ou pelo menos acontecia, de nos reunirmos para um "happy hour" nos hoteis de pernoite. Nos encontramos no quarto de um dos tripulantes,e cada um contribui como pode para os comes e bebes, ou então, recorre-se a um supermercado ou ao room service do hotel com o devido rateio das despesas.
Assim, com cerveja, vinho, refrigerante, salgadinhos, queijos e pães, damos muitas risadas e solucionamos os problemas da empresa, do Brasil e do mundo.
Não raro o anfitrião destes encontros é o comandante do voo, pois geralmente, entre os tripulantes, é ele quem fica com o maior apartamento nos hotéis, podendo então acomodar a turma toda.
Não raro o anfitrião destes encontros é o comandante do voo, pois geralmente, entre os tripulantes, é ele quem fica com o maior apartamento nos hotéis, podendo então acomodar a turma toda.
Já vi muitos tripulantes reunidos no mesmo apartamento para um happy hour! Alguns hotéis possuem um apartamento ou uma sala exclusiva para o uso dos tripulantes, onde nos encontramos.
Há muito tempo atrás, em Buenos Aires, a Varig hospedava seus tripulantes no Hotel Sheraton, que nos tratava a "pão de ló".
Neste hotel havia um apartamento enorme que ficava a disposição não só dos tripulantes da Varig, mas também das demais empresas que voavam para a Argentina.
Havia um aspecto curioso neste apartamento: todos os objetos de decoração, tais como vasos, quadros, abajour, cinzeiros e porta retratos ficavam colados a mobília!
Problemas com cleptomaníacos, terremotos, ou gente estabanada? Sei lá! Sei que no Sheraton de Buenos Aires, havia outro atrativo que literalmente era uma festa para os tripulantes.
Sempre na última sexta feira do mês, o hotel organizava uma grande festa estilo boca-livre, e com sorteio de brindes para todos os tripulantes que lá estavam hospedados.
Varig, PanAm, Lufthansa, Air France e tantas outras empresas estavam sempre representadas pelos seus tripulantes, sendo que alguns se programavam com antecedência, no no sentido de solicitar à escala de voos uma programação com pernoite em Buenos Aires naquelas datas.
Me lembro de um happy hour muito legal que aconteceu em 2005 na época dos bons tempos do MD-11.
Me lembro de um happy hour muito legal que aconteceu em 2005 na época dos bons tempos do MD-11.
Havíamos chegado em Paris no dia anterior vindo do Brasil, e naquele dia a programação seria de um bate-volta para Amsterdam. Já na ida para Amsterdam, a tripulação combinou um encontro após a chegada de volta ao hotel, o que aconteceria por volta das nove horas da noite.
Durante o voo, a tripulação de cabine (comissários e comissárias) separou para o nosso happy hour, algumas coisas que fatalmente virariam lixo caso não fossem utilizadas.
Vale comentar que entrar nos países com queijos, carnes, frutas e outros tipos de alimentos, é proibido pelas autoridades locais, porém, no caso dos países da Comunidade Economica Europeia, este tipo de barreira, e portanto de restrição, não ocorre em certos voos.
Então, munidos de guloseimas que trouxemos do avião, e mais algumas coisas que havíamos comprado no supermercado pela manhã, fizemos um super happy hour, com todos os 10 tripulantes reunidos, degustando ótimos queijos, e vinhos nacionais. Nacionais da França, mon ami!
O TOQUINHO:
Em 1996, em um voo para Belo Horizonte, aconteceu uma situação inusitada ao chegar no hotel, e que nos levou a um happy hour memorável.
O TOQUINHO:
Em 1996, em um voo para Belo Horizonte, aconteceu uma situação inusitada ao chegar no hotel, e que nos levou a um happy hour memorável.
Naquela noite além dos 6 tripulantes, estava o Pedro, que em seu primeiro voo na empresa, iniciava naquele dia o treinamento para a função de copiloto.
Ao chegar no Hotel Othon, fomos informados que infelizmente não havia apartamento disponível para um sétimo tripulante, pois o hotel estava lotado em função de um congresso que acontecia na cidade.
Mas o impasse foi logo resolvido quando o funcionário da recepção encontrou uma solução. Ele disse que a Suite Presidencial estava reservada para o Toquinho, o musico, mas como ele não havia chegado até aquele momento, e aparentemente ele não iria aparecer, um de nós poderia ficar com a suite, desde que no dia seguinte, no mais tardar as dez horas manhã do dia seguinte, fizesse uma mudança para um apartamento "comum".
Sem problemas! Ofereci ao copiloto Pedro para ficar com a suite, até porque, era o dia do aniversário dele, mas ele recusou e coube a mim este "sacrifício".
Apesar de já estar tarde, convidei a tripulação para um happy, afinal, não é sempre que podemos desfrutar de uma Suite Presidencial, além disso, sendo o primeiro voo do meu aluno Pedro, havia motivos para celebrar.
O apartamento era enorme, e havia sobre a mesa uma enorme cesta de frutas, uma bandeja com frios, uma champagne num balde de gelo e um cartão que dizia o seguinte:
"Prezado Toquinho, nós do Hotel Othon ficamos honrados com a sua presença e lhe desejamos uma ótima hospedagem".
E nós tripulantes, agradecemos a sua ausência!
Imediatamente liguei na recepção do hotel, perguntando de poderíamos aproveitar aquela oferta.
Após hesitar uns instantes, o funcionário hotel liberou aquilo que o Toquinho não pode aproveitar. Foi um happy hour de gala!
Estes encontros eram divertidos, verdadeiras Horas Felizes!
Estes encontros eram divertidos, verdadeiras Horas Felizes!
Nota: Gostaria de agradecer ao Comandante Roberto Carvalho, que sempre ajuda o Aeroblog e seus visitantes a viajarem com suas histórias, e lembrar do velhos tempos da Pioneira.
Fonte: Blog do Comandante Roberto Carvalho.E por falar no Comandante Roberto, olha só o que ele respondeu...
"Caro Lisarb (aeroblog) é uma honra estar no seu Blog!"
Obrigado Comandante. É uma honra para todos os que fazem o Aeroblog ter o Senhor como um colaborador do Aeroblog.
Photo by: maragao.com.br/trivago.com.br/3.bp.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário