sábado, 24 de abril de 2010

Atenderemos às necessidades aéreas na região, diz Vicente Jorge

 
O Jornal VANGUARDA publicou em 17/04/2010, uma entrevista do empresário Vicente Jorge Espíndola Rodrigues, presidente da recém-criada Noar Linhas Aéreas. 
 
Ele revela os objetivos da companhia e ainda comenta como a empresa deverá comercializar passagens com preços mais baratos. 
 
A Noar é fruto de uma parceria entre os empresários Vicente Jorge, Djalma Cintra Júnior e Luiz de França Leite.

Jornal VANGUARDA - Qual a origem da empresa Noar?
 Vicente Jorge - Deslocar-se dentro da região Nordeste sempre foi uma árdua tarefa para empresários e executivos. A economia regional tornou-se excessivamente dependente das estradas por falta de voos entre os principais destinos de negócios no Nordeste. 

Com os voos diários da Noar vai ser mais rápido e barato fazer negócios dentro da região. Um passo importante no desenvolvimento da economia local. Nesse contexto, fundamos a Noar Linhas Aéreas. 

Ter uma empresa aérea realizando voos regulares entre as principais cidades do Nordeste é muito mais do que um sonho, mas o resgate de um compromisso histórico com os laços culturais, sociais e econômicos que unem a região. 

Aos investidores apenas está sendo dado o importante papel de cumprir o desafio de transformar este sonho em realidade, através de um projeto empresarial cuidadosamente elaborado e perfeitamente adaptado às características do mercado local.
JV - Por que investir numa empresa aérea regional?
 VJ - Existe um gap no "modelo" de aviação comercial no país, que por razões históricas configura-se com poucas companhias aéreas, fundado basicamente no transporte entre capitais e os principais centros econômicos nacionais. 

Além disso, existem as dificuldades naturais do setor, que exige investimento intensivo de capital, mão-de-obra qualificada, capacitação técnica e enfrentamento de grande burocracia. Isso sem falar nas dificuldades de infraestrutura, principalmente nos pequenos aeroportos regionais. 

O resultado tem sido um incrível índice de "mortalidade empresarial" no setor. Mas, a despeito de todas as dificuldades do setor, o mais importante é que nossas pesquisas identificaram a existência de uma forte demanda não atendida por transporte aéreo regional seguro, eficiente e barato. 

O trabalho dos investidores da Noar, então, foi desenvolver um projeto empresarial de companhia aérea regional que se adaptasse às características do mercado local, desde a escolha do modelo de aeronave até o formato de operação e atendimento ao público.
JV - Quanto a empresa está investindo para entrar em operação?
 VJ - A Noar é um investimento exclusivamente privado, sem contar com recursos públicos de qualquer natureza, inclusive financiamentos. Aliás, os investidores acreditam que o desenvolvimento do mercado nacional de aviação somente se dará com a conjugação de investimentos privados sob regras claras de mercado, supervisionadas pelo Estado, à semelhança do que ocorre no resto do mundo. 

Não há mais espaço para resolver os problemas da aviação brasileira, inclusive a regional, por meio de decreto. Em relação ao montante investido, é preciso considerar que a Noar é um projeto de longo prazo, dividido em várias etapas. Para a etapa inicial estão sendo investidos cerca de R$ 40 milhões.
JV - Quantas pessoas vão trabalhar na Noar?
 VJ - O setor de aviação tem grande impacto econômico nas regiões onde opera. E um destes impactos está na geração de empregos, diretos e indiretos. Somente na fase de implantação da empresa, durante seu primeiro ano, a companhia deverá gerar cerca de 200 empregos diretos, grande parte para mão-de-obra qualificada, e um número ainda maior de empregos indiretos.
JV - Quais os mercados que a empresa irá atuar?
 VJ - Do ponto de vista geográfico, a Noar tem por mercado primário os nove Estados do Nordeste. A intenção é promover a ligação aérea entre as capitais vizinhas e entre estas e os grandes centros urbanos do Interior. 

Do ponto de vista mercadológico, a Noar vai atuar como uma empresa tipicamente de aviação regional, promovendo a ligação entre localidades próximas e com baixa densidade populacional, ou promovendo a ligação de novos destinos, antes não atendidos pela aviação regular, à malha aérea nacional já existente.
JV - Quais cidades a companhia ligará?
 VJ - A aviação, assim como a mobilidade populacional, é extremamente dinâmica. E ainda pode haver certa sazonalidade em relação a alguns destinos. Assim, podemos dizer que a Noar vai ligar cidades onde exista demanda de transporte aéreo regular compatível com a capacidade de transporte das aeronaves operadas. 

Neste primeiro momento, existe o planejamento de iniciar ligações regulares entre cidades como Recife, Maceió, Aracajú, Caruaru, João Pessoa, Natal, Mossoró e Fortaleza. 

Mas a definição final e a consequente divulgação somente se darão após a aprovação dos órgãos competentes. Esta malha inicial deverá se expandir rapidamente orientanda pelo mercado e realizada mediante o mínimo de infraestrutura local.
JV - A Noar atenderá a que tipo de público?
 VJ - Empresários, executivos, profissionais liberais e turistas de negócios que necessitam se deslocar sem perda de tempo dentro do Nordeste. 

Outro setor que encontrará grande benefício com os voos da companhia é o do turismo de lazer.

Para públicos, que viajam com mais frequência, a Noar trará algumas novidades específicas e um atendimento diferenciado.
JV - Quantas pessoas a Noar pretende transportar por mês e qual a expectativa para o primeiro ano de operação?
 VJ - Não há como falar em números esperados para o primeiro ano de operação.
JV - Nessa primeira etapa, a empresa vai operar com quantas aeronaves?
 VJ - A Noar já tem contratado o leasing operacional de 4 aeronaves L-410. As duas primeiras iniciam suas operações já nos próximos meses.
JV - Qual o tipo/modelo de avião que será usado pela Noar?
 VJ - A companhia vai iniciar suas operações com uma aeronave de fabricação tcheca, o L-410, tradicionalmente conhecido por "LET". Trata-se do mais bem sucedido bimotor turbo-hélice até 20 passageiros para ligações regionais de curta distância da história, com mais de 1.200 unidades vendidas. 

O L-410 tem autonomia de voo de 1.317 km, o que representa aproximadamente três horas de voo, bem como capacidade para 19 passageiros e dois tripulantes. Além disso, permite um custo operacional em curtas distâncias muito abaixo dos seus potenciais concorrentes, o que vai implicar em passagens mais baratas para os passageiros. 

Todas as aeronaves adquiridas pela Noar são novas, e contam com a mais moderna tecnologia disponível. Os L-410 são os primeiros LETs a chegar ao Brasil equipados com a nova suíte de aviônicos da Honeywell e um moderno sistema de piloto automático. 

Todo este investimento adicional em tecnologia representa maior eficiência operacional, menor custo e, principalmente, segurança aos passageiros. A companhia tem a exclusividade na operação de aeronaves L-410 no Nordeste do país.
JV - A empresa espera comprar, no futuro, aeronaves maiores?
 VJ - A Noar espera atender às necessidades de transporte aéreo dentro da região Nordeste. Se isso implicar em adicionar novos modelos de aeronaves à frota da empresa, com certeza o investimento será feito. 

É o passageiro quem vai ditar o ritmo de expansão da companhia. Por ora, consideramos que a aeronave escolhida, o L-410, é a melhor escolha para as demandas da região.
JV - A Noar vai entrar para disputar mercado com as grandes empresas aéreas como Gol e TAM?
 VJ - No mundo inteiro a aviação regional é complementar à principal malha aérea, constituída pela aviação de longo curso e alta densidade. A Noar insere-se neste contexto.

Assim, não entramos para disputar mercado com as grandes companhias, mas sim para operar em complementação a elas. 

Podemos dizer mais: a Noar é essencial para as grandes companhias, pois irá trazer mais passageiros para a malha aérea nacional e democratizar ainda mais o acesso ao transporte aéreo. Seremos, portanto, parceiros, formais ou informais.
JV - Qual a diferença de tarifa para o consumidor final em comparação com as outras empresas que operam nessas rotas?
 VJ- A Noar terá as tarifas mais baratas nas rotas onde operar.

Fonte: Jornal Vanguarda Caruaru.

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