O Jornal VANGUARDA publicou em 17/04/2010, uma entrevista do empresário Vicente Jorge Espíndola  Rodrigues, presidente da recém-criada Noar Linhas Aéreas. 
Ele revela os  objetivos da companhia e ainda comenta como a empresa deverá  comercializar passagens com preços mais baratos. 
A Noar é fruto de uma  parceria entre os empresários Vicente Jorge, Djalma Cintra Júnior e Luiz  de França Leite.
Jornal VANGUARDA - Qual a origem da empresa Noar?
 Vicente Jorge -  Deslocar-se dentro da região Nordeste sempre foi uma árdua tarefa para  empresários e executivos. A economia regional tornou-se excessivamente  dependente das estradas por falta de voos entre os principais destinos  de negócios no Nordeste. 
Com os voos diários da Noar vai ser mais rápido  e barato fazer negócios dentro da região. Um passo importante no  desenvolvimento da economia local. Nesse contexto, fundamos a Noar  Linhas Aéreas. 
Ter uma empresa aérea realizando voos regulares entre as  principais cidades do Nordeste é muito mais do que um sonho, mas o  resgate de um compromisso histórico com os laços culturais, sociais e  econômicos que unem a região. 
Aos investidores apenas está sendo dado o  importante papel de cumprir o desafio de transformar este sonho em  realidade, através de um projeto empresarial cuidadosamente elaborado e  perfeitamente adaptado às características do mercado local.
JV - Por que investir numa empresa aérea regional?
JV - Por que investir numa empresa aérea regional?
 VJ -  Existe um gap no "modelo" de aviação comercial no país, que por razões  históricas configura-se com poucas companhias aéreas, fundado  basicamente no transporte entre capitais e os principais centros  econômicos nacionais. 
Além disso, existem as dificuldades naturais do  setor, que exige investimento intensivo de capital, mão-de-obra  qualificada, capacitação técnica e enfrentamento de grande burocracia.  Isso sem falar nas dificuldades de infraestrutura, principalmente nos  pequenos aeroportos regionais. 
O resultado tem sido um incrível índice  de "mortalidade empresarial" no setor. Mas, a despeito de todas as  dificuldades do setor, o mais importante é que nossas pesquisas  identificaram a existência de uma forte demanda não atendida por  transporte aéreo regional seguro, eficiente e barato. 
O trabalho dos  investidores da Noar, então, foi desenvolver um projeto empresarial de  companhia aérea regional que se adaptasse às características do mercado  local, desde a escolha do modelo de aeronave até o formato de operação e  atendimento ao público.
JV - Quanto a empresa está investindo para entrar em operação?
JV - Quanto a empresa está investindo para entrar em operação?
 VJ - A Noar é um  investimento exclusivamente privado, sem contar com recursos públicos de  qualquer natureza, inclusive financiamentos. Aliás, os investidores  acreditam que o desenvolvimento do mercado nacional de aviação somente  se dará com a conjugação de investimentos privados sob regras claras de  mercado, supervisionadas pelo Estado, à semelhança do que ocorre no  resto do mundo. 
Não há mais espaço para resolver os problemas da aviação  brasileira, inclusive a regional, por meio de decreto. Em relação ao  montante investido, é preciso considerar que a Noar é um projeto de  longo prazo, dividido em várias etapas. Para a etapa inicial estão sendo  investidos cerca de R$ 40 milhões.
JV - Quantas pessoas vão trabalhar na Noar?
JV - Quantas pessoas vão trabalhar na Noar?
 VJ - O setor de aviação tem grande  impacto econômico nas regiões onde opera. E um destes impactos está na  geração de empregos, diretos e indiretos. Somente na fase de implantação  da empresa, durante seu primeiro ano, a companhia deverá gerar cerca de  200 empregos diretos, grande parte para mão-de-obra qualificada, e um  número ainda maior de empregos indiretos.
JV - Quais os mercados que a empresa irá atuar?
JV - Quais os mercados que a empresa irá atuar?
 VJ - Do ponto de vista  geográfico, a Noar tem por mercado primário os nove Estados do Nordeste.  A intenção é promover a ligação aérea entre as capitais vizinhas e  entre estas e os grandes centros urbanos do Interior. 
Do ponto de vista  mercadológico, a Noar vai atuar como uma empresa tipicamente de aviação  regional, promovendo a ligação entre localidades próximas e com baixa  densidade populacional, ou promovendo a ligação de novos destinos, antes  não atendidos pela aviação regular, à malha aérea nacional já  existente.
JV - Quais cidades a companhia ligará?
JV - Quais cidades a companhia ligará?
 VJ  - A aviação, assim como a mobilidade populacional, é extremamente  dinâmica. E ainda pode haver certa sazonalidade em relação a alguns  destinos. Assim, podemos dizer que a Noar vai ligar cidades onde exista  demanda de transporte aéreo regular compatível com a capacidade de  transporte das aeronaves operadas. 
Neste primeiro momento, existe o  planejamento de iniciar ligações regulares entre cidades como Recife,  Maceió, Aracajú, Caruaru, João Pessoa, Natal, Mossoró e Fortaleza. 
Mas a  definição final e a consequente divulgação somente se darão após a  aprovação dos órgãos competentes. Esta malha inicial deverá se expandir  rapidamente orientanda pelo mercado e realizada mediante o mínimo de  infraestrutura local.
JV - A Noar atenderá a que tipo de público?
JV - A Noar atenderá a que tipo de público?
 VJ - Empresários, executivos, profissionais liberais e  turistas de negócios que necessitam se deslocar sem perda de tempo  dentro do Nordeste. 
Outro setor que encontrará grande benefício com os  voos da companhia é o do turismo de lazer.
 Para públicos, que viajam com  mais frequência, a Noar trará algumas novidades específicas e um  atendimento diferenciado.
JV - Quantas pessoas a Noar pretende transportar por mês e qual a expectativa para o primeiro ano de operação?
JV - Quantas pessoas a Noar pretende transportar por mês e qual a expectativa para o primeiro ano de operação?
 VJ - Não há como falar em números esperados para o  primeiro ano de operação.
JV - Nessa primeira etapa, a empresa vai operar com quantas aeronaves?
JV - Nessa primeira etapa, a empresa vai operar com quantas aeronaves?
 VJ  - A Noar já tem contratado o leasing operacional de 4  aeronaves L-410. As duas primeiras iniciam suas operações já nos  próximos meses.
JV - Qual o tipo/modelo de avião que será usado pela Noar?
JV - Qual o tipo/modelo de avião que será usado pela Noar?
 VJ - A companhia vai iniciar suas operações  com uma aeronave de fabricação tcheca, o L-410, tradicionalmente  conhecido por "LET". Trata-se do mais bem sucedido bimotor turbo-hélice  até 20 passageiros para ligações regionais de curta distância da  história, com mais de 1.200 unidades vendidas. 
O L-410 tem autonomia de  voo de 1.317 km, o que representa aproximadamente três horas de voo, bem  como capacidade para 19 passageiros e dois tripulantes. Além disso,  permite um custo operacional em curtas distâncias muito abaixo dos seus  potenciais concorrentes, o que vai implicar em passagens mais baratas  para os passageiros. 
Todas as aeronaves adquiridas pela Noar são novas, e  contam com a mais moderna tecnologia disponível. Os L-410 são os  primeiros LETs a chegar ao Brasil equipados com a nova suíte de  aviônicos da Honeywell e um moderno sistema de piloto automático. 
Todo  este investimento adicional em tecnologia representa maior eficiência  operacional, menor custo e, principalmente, segurança aos passageiros. A  companhia tem a exclusividade na operação de aeronaves L-410 no  Nordeste do país.
JV - A empresa espera comprar, no futuro, aeronaves maiores?
JV - A empresa espera comprar, no futuro, aeronaves maiores?
 VJ - A Noar espera atender às  necessidades de transporte aéreo dentro da região Nordeste. Se isso  implicar em adicionar novos modelos de aeronaves à frota da empresa, com  certeza o investimento será feito. 
É o passageiro quem vai ditar o  ritmo de expansão da companhia. Por ora, consideramos que a aeronave  escolhida, o L-410, é a melhor escolha para as demandas da região.
JV - A Noar vai entrar para disputar mercado com as grandes empresas aéreas como Gol e TAM?
JV - A Noar vai entrar para disputar mercado com as grandes empresas aéreas como Gol e TAM?
 VJ - No mundo inteiro a aviação  regional é complementar à principal malha aérea, constituída pela  aviação de longo curso e alta densidade. A Noar insere-se neste  contexto.
 Assim, não entramos para disputar mercado com as grandes  companhias, mas sim para operar em complementação a elas. 
Podemos dizer  mais: a Noar é essencial para as grandes companhias, pois irá trazer  mais passageiros para a malha aérea nacional e democratizar ainda mais o  acesso ao transporte aéreo. Seremos, portanto, parceiros, formais ou  informais.
JV - Qual a diferença de tarifa para o consumidor final em comparação com as outras empresas que operam nessas rotas?
JV - Qual a diferença de tarifa para o consumidor final em comparação com as outras empresas que operam nessas rotas?
 VJ- A Noar terá as tarifas mais baratas nas rotas onde  operar. 
Fonte: Jornal Vanguarda Caruaru.
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