Sem operar voos de longo curso desde setembro de 2008, quando decidiu concentrar sua atuação internacional na América do Sul, a Varig, controlada pela Gol desde março de 2007, em breve deve voltar a voar para Europa e Estados Unidos, em cidades como Madri, Roma e Orlando. O regresso da Varig a rotas transatlânticas, no entanto, se dará apenas por meio de fretamentos, que estão em negociação com operadoras de turismo como a CVC.
Para a Varig, afirma uma fonte do setor, essa é a melhor saída para ela se livrar de um gasto mensal que chega a US$ 2,5 milhões. Esse é o preço que a empresa paga, basicamente de manutenção e leasing, por manter cinco aeronaves 767-300, da Boeing, no chão. Cada avião terá apenas a classe econômica para 250 passageiros e custa US$ 500 mil por mês parado. Um 767 foi reativado no ano passado, em fretamentos para Cancún.
Angola também será outro destino de longo curso da Varig. Essa operação está sendo costurada com a Puma Air, numa modalidade conhecida no setor aéreo como "wet leasing". Isso significa que a Varig vai alugar a aeronave e a tripulação para a Puma, que fica responsável pela comercialização das passagens. Apesar da aeronave ser pintada com a bandeira da Varig, a tripulação é da Gol.
A Puma está parada desde fevereiro de 2008 devido a problemas financeiros. Em janeiro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou a nova composição acionária da companhia, que planeja voltar a operar no dia 29 de março e solicitou a autorização de horário (hotran) para isso, mas a Anac ainda analisa o pedido. Segundo a agência, o hotran pode ser obtido rapidamente, dependendo da velocidade da Puma para fornecer os documentos necessários. Procurada, a Gol informa que tem intenção de reativar fretamentos internacionais. A empresa, porém, acrescenta que não faz mais parte de seus planos operar voos regulares de longo curso.
A Varig já voou regularmente para em torno de 40 destinos fora do Brasil, no auge de sua operação, em meados de 1995. Ela chegou a responder por cerca de 80% da demanda nacional por voos ao exterior. "Hoje temos uma outra aviação. Nessa nova realidade, não há mais espaço para aquela Varig", afirma o consultor aeronáutico Paulo Bittencourt Sampaio.
Em abril de 2008, a Gol comunicou a suspensão gradual das últimas três rotas de longo curso da Varig: Paris, Madri e Cidade do México. Naquela época, culpou a alta do preço do barril de petróleo, que alcançou US$ 112.
Fonte: Aeronautas.org.br
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