Três anos após o acidente entre o avião da Gol e o jato Legacy, surge uma nova preocupação. Os índios da região, no norte de Mato Grosso, acreditam que os destroços do Boeing que se espalharam no acidente estão contaminando as nascentes e córregos. Eles cobram a retirada imediata dos destroços do meio da floresta.
O cacique Meu Bã liderou o grupo de índios que chegou na área dos destroços do avião da Gol no meio da floresta amazônica, região do município de Peixoto de Azevedo (692 quilômetros de Cuiabá). Após 36 horas da queda do Boeing, guiados pelo som dos helicópteros da Força Aérea Brasileira, eles avistaram a clareira e o cenário da tragédia. A área onde estava o avião é um lugar usado pelos índios para caça e pesca. Eles dizem que não gostam de conviver com a lembrança da tragédia.
Nós queremos pedir para a empresa retirar. Para gente não lembrar, porque até hoje está lá. Se eles não tirarem vamos tocar fogo - ressaltou Meu Bã.
Mais de 150 pessoas morreram após a colisão do Boeing com o jato Legacy. Os militares passaram 20 dias na mata fechada até encontrarem o último corpo. O avião caiu em uma terra indígena e deixou como herança a preocupação com o ambiente. Segundo o cacique Meu Bã, uma das asas do Boeing ainda continua dentro de um córrego. Com receio de contaminação da água, os índios abandonaram a aldeia que ficava perto do local da tragédia.
- Por isso que o pessoal mudou para a nova aldeia. Com medo da água estar ruim - relatou o cacique.
De acordo com o lider Kaiapó Raoni, os índios encaminharam um ofício para a empresa exigindo a retirada dos destroços do avião da área indígena.
- Eles têm que vir e pegar tudo. Quando chover, a água vai levar tudo para o córrego - disse Raoni.
Mas a Gol não está disposta a atender ao pedido dos índios. A assessoria de imprensa da companhia aérea informou que uma eventual operação de resgate das peças provocaria um dano ambiental maior do que já foi causado pela queda da aeronave. Ainda segundo a assessoria, todos os produtos combustíveis foram retirados do local e a empresa tem laudos atestando que não há qualquer prejuízo ao meio ambiente.
Fonte: IFR Online.
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