Esta estória se passou com um colega na década de 90. Este colega, que como eu era comandante de Boeing 737-200, estava pernoitando com a tripulação em Aracaju, no Hotel Parque dos Coqueiros.
Um hotel que fica bem próximo ao aeroporto e um pouco a direita do alinhamento da pista, com um belo jardim, de frente para a praia, com instalações em estilo rústico e chalés voltados para a piscina.
A tripulação tinha que dormir cedo, pois na manhã seguinte a decolagem seria às seis da manhã. Para isso sairiam do hotel as 5:15 hs, sendo o despertar marcado para às 4:30 hs da manhã.
Durante a tarde, observando o movimento ao redor da piscina, este colega percebeu que não iria ser fácil descansar durante a noite, pois havia um intenso movimento de pessoas preparando o hotel para uma grande festa.
Ele tentou mudar de apartamento, para um que ficasse o mais afastado possível da piscina, suposto local da festa, mas como o hotel estava lotado, seu pedido foi negado. Dez da noite, onze horas, meia noite e com o som alto e muita algazarra era impossível para ele relaxar e dormir.
Tentou novamente junto à recepção uma mudança, tendo inclusive procurado o gerente do hotel para explicar o problema, e pedindo encarecidamente por uma solução para que ele e os demais tripulantes pudessem ter um mínimo de descanso.
Lá pelas tantas o gerente disse que ele não poderia fazer nada, e que ele e a tripulação que se virassem! E ele se virou mesmo. Ficou na cama virando de um lado para o outro tentando em vão descansar, já planejando uma vingança! Quando a festa parecia estar terminando e o silêncio voltando, o despertador tocou.
Com banho tomado e uniformizados a tripulação seguiu para o aeroporto. O hotel ficava muito perto da pista, bastando uma curva à direita logo após a decolagem para sobrevoá-lo. Mas sobrevoar o hotel não seria suficiente, tinha que ser um verdadeiro rasante, de preferência em cima do apartamento do gerente.
Dito e feito! Combinou com o co-piloto (que também não tinha conseguido descansar e queria ver o circo pegar fogo) e na decolagem, logo após sair do chão, quase que em vôo nivelado, curvou à direita passando sobre o hotel. O 737-200, diferentemente dos 737 das séries 300 em diante, é um avião da década de 70, e possui motores de outra geração.
Não apenas menos potentes e econômicos, mas sobretudo, muuuuito mais barulhentos! Este Comandante, com a confirmação de outros tripulantes que estavam no hotel pernoitando, afirmam que o rasante foi um ESPETÁCULO! Todo o hotel tremeu! Telhas se deslocaram do telhado e todos que lá estavam, sem exceção, acordaram sobressaltados.
O vôo seguiu para o Galeão/RJ e lá chegando já havia um comunicado para que o Comandante se reportasse imediatamente ao Diretor de Operações! O colega foi punido com uma suspensão do trabalho por 29 dias; e aceitou serenamente o “gancho”, afinal não havia nada que ele pudesse dizer em sua defesa.
Foi para casa descansar, por 29 dias, sempre sorrindo ao se lembrar de sua contundente vingança.
Um hotel que fica bem próximo ao aeroporto e um pouco a direita do alinhamento da pista, com um belo jardim, de frente para a praia, com instalações em estilo rústico e chalés voltados para a piscina.
A tripulação tinha que dormir cedo, pois na manhã seguinte a decolagem seria às seis da manhã. Para isso sairiam do hotel as 5:15 hs, sendo o despertar marcado para às 4:30 hs da manhã.
Durante a tarde, observando o movimento ao redor da piscina, este colega percebeu que não iria ser fácil descansar durante a noite, pois havia um intenso movimento de pessoas preparando o hotel para uma grande festa.
Ele tentou mudar de apartamento, para um que ficasse o mais afastado possível da piscina, suposto local da festa, mas como o hotel estava lotado, seu pedido foi negado. Dez da noite, onze horas, meia noite e com o som alto e muita algazarra era impossível para ele relaxar e dormir.
Tentou novamente junto à recepção uma mudança, tendo inclusive procurado o gerente do hotel para explicar o problema, e pedindo encarecidamente por uma solução para que ele e os demais tripulantes pudessem ter um mínimo de descanso.
Lá pelas tantas o gerente disse que ele não poderia fazer nada, e que ele e a tripulação que se virassem! E ele se virou mesmo. Ficou na cama virando de um lado para o outro tentando em vão descansar, já planejando uma vingança! Quando a festa parecia estar terminando e o silêncio voltando, o despertador tocou.
Com banho tomado e uniformizados a tripulação seguiu para o aeroporto. O hotel ficava muito perto da pista, bastando uma curva à direita logo após a decolagem para sobrevoá-lo. Mas sobrevoar o hotel não seria suficiente, tinha que ser um verdadeiro rasante, de preferência em cima do apartamento do gerente.
Dito e feito! Combinou com o co-piloto (que também não tinha conseguido descansar e queria ver o circo pegar fogo) e na decolagem, logo após sair do chão, quase que em vôo nivelado, curvou à direita passando sobre o hotel. O 737-200, diferentemente dos 737 das séries 300 em diante, é um avião da década de 70, e possui motores de outra geração.
Não apenas menos potentes e econômicos, mas sobretudo, muuuuito mais barulhentos! Este Comandante, com a confirmação de outros tripulantes que estavam no hotel pernoitando, afirmam que o rasante foi um ESPETÁCULO! Todo o hotel tremeu! Telhas se deslocaram do telhado e todos que lá estavam, sem exceção, acordaram sobressaltados.
O vôo seguiu para o Galeão/RJ e lá chegando já havia um comunicado para que o Comandante se reportasse imediatamente ao Diretor de Operações! O colega foi punido com uma suspensão do trabalho por 29 dias; e aceitou serenamente o “gancho”, afinal não havia nada que ele pudesse dizer em sua defesa.
Foi para casa descansar, por 29 dias, sempre sorrindo ao se lembrar de sua contundente vingança.
Fonte: Blog do Comandante Roberto Carvalho.
Photo by: solobrazil.com
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