segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Air India vive ano de más notícias


Em um ano que tem sido ruim para as companhias aéreas de todos os países, a Air India sofreu uma série de infortúnios especialmente dolorosos e às vezes até embaraçosos.

A empresa aérea estatal, que passa por dificuldades financeiras, já tinha uma reputação instável, mas foi ainda mais maculada nos últimos meses por ratos encontrados em um avião, uma greve de pilotos graduados e uma briga de socos em pleno ar entre pilotos e comissárias de bordo.

Os acontecimentos embaraçosos e a difícil situação financeira da empresa que deverá ter perdas de mais de US$ 1 bilhão neste ano, e o governo lhe prometeu recentemente cerca de US$ 1,1 bilhão em ajuda, levaram muitos a perguntar: por que o governo indiano continua administrando uma companhia aérea?

A pergunta é especialmente relevante em um país que tem mais habitantes pobres do que qualquer outro e onde apenas uma pequena porcentagem da população costuma usar aviões. Os viajantes frequentes domésticos e internacionais preferem outras companhias aéreas. A Air India perdeu uma significativa participação de mercado desde que o país liberalizou a aviação comercial, nos anos 1990.

Rajeev Malik, economista da Macquarie Securities, disse que os problemas da Air India estão se tornando uma metáfora das reformas econômicas incompletas do país: os políticos têm uma longa lista de prioridades, mas tratam os problemas de maneira inadequada ou não fazem nada.

“Existe pouca certeza sobre o resultado final”, ele disse. Para muitos analistas, o fato de ser propriedade do governo é a principal causa dos problemas da Air India. Em 2007, por exemplo, o governo obrigou a companhia a uma fusão mal planejada com a Indian Airlines, também estatal. Os políticos influenciaram os acordos da empresa com os sindicatos, deixando a companhia aérea com uma equipe muito maior —31 mil pessoas— e com salários acima de suas condições. Os funcionários também dizem que a Air India está sem direção.

“Sentimo-nos órfãos. A cada três anos ganhamos uma nova mãe e um novo pai”, disse o capitão Shailendra Singh, presidente da Associação de Pilotos Comerciais da Índia. Jitendra Bhargava, porta-voz da companhia, disse que ela tem um plano de reestruturação em três anos. “Todas as empresas aéreas do mundo passam por dificuldades. As da Air India são ainda maiores”, comentou.

A Air India foi fundada em 1932, como Tata Airlines, por J. R. D. Tata, de uma família de empresários indianos, e Nevill Vincent, ex-piloto da Royal Air Force britânica. O governo indiano assumiu uma participação minoritária na companhia depois da independência indiana, em 1947, e a nacionalizou completamente em 1953.

Vários esforços para privatizar a empresa aérea falharam por causa de oposição política. A série de acontecimentos infelizes nos últimos dois meses apenas salientou a percepção de que a companhia tem problemas.

Em setembro, um voo para Toronto atrasou 11 horas enquanto funcionários caçavam ratos que tinham entrado no avião durante a faxina. A companhia temeu que os ratos pudessem mastigar a fiação.

Naquele mesmo dia, pilotos graduados começaram a pedir licença por doença, em protesto contra os planos da empresa de cortar seus salários em até 50%. O incidente perturbou dezenas de voos durante quatro dias.

No mês passado, pilotos e comissárias brigaram diante dos passageiros em um avião que voava dos Emirados Árabes Unidos para a Índia. Uma comissária disse que um piloto a havia molestado e empurrado. Os pilotos negaram.

As dificuldades públicas da Air India estão “piores que um filme ruim de Bollywood”, disse o economista Malik, referindo-se à indústria de cinema indiana. Mas, acrescentou: “Até o pior filme de Bollywood tem final feliz”.

Abaixo o vídeo:




Fonte: Webtranspo/ You Tube.

Nenhum comentário:

SEGUIDORES AEROBLOG

Total de visualizações de página