Para colocar o problemático projeto do avião 787 Dreamliner de volta nos trilhos depois de mais de dois anos de atraso, os executivos da Boeing Co. apostam em intérpretes para 28 línguas, sismógrafos e câmeras de vídeo de alta resolução.
Esses recursos são cruciais para realizar uma grande reviravolta dos métodos de produção, algo que a Boeing espera que ajude a controlar melhor e acelerar seu atrasado esforço para decolar o Dreamliner.
A gigante aeroespacial americana está correndo contra o tempo porque se expandiu demais seis anos atrás, quando resolveu criar o jato de passageiros mais avançado do mundo mas não se preparou suficientemente para a complexidade do projeto.
Na época, a Boeing tomou a decisão inédita de terceirizar a maior parte do processo de fabricação do jato. A Boeing projetou e fabricou todos os seus aviões anteriores, arcando com todas as despesas.
Mas no início da atual década, quando o tráfego aéreo desabou depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, os executivos da Boeing começaram a reclamar do investimento de mais de US$ 10 bilhões para projetar um novo avião.
Em vez disso, os fornecedores é que iriam financiar o desenvolvimento de suas peças para o projeto, compartilhando custos e riscos. Os investidores gostaram da idéia, impulsionando a cotação da Boeing de US$ 31 em agosto de 2003 para US$ 107 em julho de 2007.
Mas quando os operários começaram a montar o primeiro Dreamliner, na mesma época em que a ação chegou ao auge, as falhas do sistema se tornaram evidentes à medida que a qualidade piorava e peças importantes não eram concluídas.
Muitos fornecedores estavam acostumados a fabricar peças com base em planos da Boeing e não estavam prontos para administrar sub-empreiteiros ou obter a aprovação das autoridades de segurança para as peças.
Outros não conseguiram aumentar a produção com a rapidez necessária. A Boeing, que já tinha cortado engenheiros para baixar custos, se viu incapaz de monitorar e corrigir os problemas.
"O plano inicial ultrapassou nossa capacidade de executá-lo", disse o diretor-presidente da Boeing, Jim McNerney. "Acho que erramos a mão já no início deste programa."
A Boeing vem tentando resolver os problemas do Dreamliner nos últimos meses melhorando a comunicação, assumindo linhas de produção importantes e aumentando o número de engenheiros supervisionando o trabalho.
Scott Carson, que chefia a divisão de aviões comerciais da Boeing, que implantou muitas das mudanças iniciais, deixou o cargo em 1o de setembro e disse que vai sair da empresa até o fim do ano. A Boeing afirmou que Carson e seu sucessor, Jim Albaugh, não estavam disponíveis para comentar.
O primeiro voo de teste do Dreamliner, que a Boeing cancelou repentinamente em junho por causa de um problema técnico, agora está marcado para o fim do ano. A primeira entrega, para a companhia japonesa All-Nippon Airways Co. está prometida para o quarto trimestre do ano que vem.
Pessoas próximas do programa dizem que o primeiro voo de teste deve seguir o cronograma, mas a primeira entrega pode não ocorrer no prazo. Fornecedores e clientes aplaudiram as mudanças recentes da Boeing, mas dizem que vai demorar meses para saber se elas vão dar certo.
Um elemento crucial para a Boeing manter o 787 no caminho certo, enquanto começa a construir os 850 aviões já pedidos, é uma sala de controle no melhor estilo da Nasa — oficialmente chamada de Centro de Integração da Produção, uma sala de controle que funciona 24 horas por dia .
Uma das amplas paredes de vidro da sala dá de frente para a linha de montagem final do Dreamliner, onde as asas são instaladas na fuselagem. Do outro lado há 24 telões com informações sobre remessas de peças do exterior, problemas técnicos urgentes e até mesmo terremotos que podem desalinhar máquinas nas fábricas e causar atrasos.
Fornecedores em lugares tão distantes quanto Austrália, Itália, Japão e Rússia podem se comunicar através dos tradutores para mostrar aos engenheiros da Boeing imagens em close das peças, graças às câmeras portáteis de alta definição.
Robert Noble, diretor de administração de fornecedores da Boeing, diz que comunicação em tempo real acabou com o problema gerado por trocas de emails de engenheiros em lados opostos do planeta. "Isso elimina vários dias do prazo para resolver esses problemas", diz.
Mesmo assim, os problemas da Boeing com o Dreamliner já causaram ampla repercussão. Os fornecedores vêm enfrentando problemas financeiros por causa dos atrasos e muitos estão hesitando em investir pesado. Isso pode gerar problemas para a Boeing nos próximos meses, enquanto tenta negociar com os fornecedores para a aumentar a produção.
Esses recursos são cruciais para realizar uma grande reviravolta dos métodos de produção, algo que a Boeing espera que ajude a controlar melhor e acelerar seu atrasado esforço para decolar o Dreamliner.
A gigante aeroespacial americana está correndo contra o tempo porque se expandiu demais seis anos atrás, quando resolveu criar o jato de passageiros mais avançado do mundo mas não se preparou suficientemente para a complexidade do projeto.
Na época, a Boeing tomou a decisão inédita de terceirizar a maior parte do processo de fabricação do jato. A Boeing projetou e fabricou todos os seus aviões anteriores, arcando com todas as despesas.
Mas no início da atual década, quando o tráfego aéreo desabou depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, os executivos da Boeing começaram a reclamar do investimento de mais de US$ 10 bilhões para projetar um novo avião.
Em vez disso, os fornecedores é que iriam financiar o desenvolvimento de suas peças para o projeto, compartilhando custos e riscos. Os investidores gostaram da idéia, impulsionando a cotação da Boeing de US$ 31 em agosto de 2003 para US$ 107 em julho de 2007.
Mas quando os operários começaram a montar o primeiro Dreamliner, na mesma época em que a ação chegou ao auge, as falhas do sistema se tornaram evidentes à medida que a qualidade piorava e peças importantes não eram concluídas.
Muitos fornecedores estavam acostumados a fabricar peças com base em planos da Boeing e não estavam prontos para administrar sub-empreiteiros ou obter a aprovação das autoridades de segurança para as peças.
Outros não conseguiram aumentar a produção com a rapidez necessária. A Boeing, que já tinha cortado engenheiros para baixar custos, se viu incapaz de monitorar e corrigir os problemas.
"O plano inicial ultrapassou nossa capacidade de executá-lo", disse o diretor-presidente da Boeing, Jim McNerney. "Acho que erramos a mão já no início deste programa."
A Boeing vem tentando resolver os problemas do Dreamliner nos últimos meses melhorando a comunicação, assumindo linhas de produção importantes e aumentando o número de engenheiros supervisionando o trabalho.
Scott Carson, que chefia a divisão de aviões comerciais da Boeing, que implantou muitas das mudanças iniciais, deixou o cargo em 1o de setembro e disse que vai sair da empresa até o fim do ano. A Boeing afirmou que Carson e seu sucessor, Jim Albaugh, não estavam disponíveis para comentar.
O primeiro voo de teste do Dreamliner, que a Boeing cancelou repentinamente em junho por causa de um problema técnico, agora está marcado para o fim do ano. A primeira entrega, para a companhia japonesa All-Nippon Airways Co. está prometida para o quarto trimestre do ano que vem.
Pessoas próximas do programa dizem que o primeiro voo de teste deve seguir o cronograma, mas a primeira entrega pode não ocorrer no prazo. Fornecedores e clientes aplaudiram as mudanças recentes da Boeing, mas dizem que vai demorar meses para saber se elas vão dar certo.
Um elemento crucial para a Boeing manter o 787 no caminho certo, enquanto começa a construir os 850 aviões já pedidos, é uma sala de controle no melhor estilo da Nasa — oficialmente chamada de Centro de Integração da Produção, uma sala de controle que funciona 24 horas por dia .
Uma das amplas paredes de vidro da sala dá de frente para a linha de montagem final do Dreamliner, onde as asas são instaladas na fuselagem. Do outro lado há 24 telões com informações sobre remessas de peças do exterior, problemas técnicos urgentes e até mesmo terremotos que podem desalinhar máquinas nas fábricas e causar atrasos.
Fornecedores em lugares tão distantes quanto Austrália, Itália, Japão e Rússia podem se comunicar através dos tradutores para mostrar aos engenheiros da Boeing imagens em close das peças, graças às câmeras portáteis de alta definição.
Robert Noble, diretor de administração de fornecedores da Boeing, diz que comunicação em tempo real acabou com o problema gerado por trocas de emails de engenheiros em lados opostos do planeta. "Isso elimina vários dias do prazo para resolver esses problemas", diz.
Mesmo assim, os problemas da Boeing com o Dreamliner já causaram ampla repercussão. Os fornecedores vêm enfrentando problemas financeiros por causa dos atrasos e muitos estão hesitando em investir pesado. Isso pode gerar problemas para a Boeing nos próximos meses, enquanto tenta negociar com os fornecedores para a aumentar a produção.
Fonte: Forum Contato Radar/The Wall Street Journal.
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