segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TAP a Air China não se entendem


A Air China ofereceu 1,5 milhões de euros pela participação da TAP na Air Macau, menos 6,5 milhões de euros do que a transportadora portuguesa reclama, disse à agência Lusa fonte ligada ao processo.

A TAP, que tenta desde Julho travar na justiça o plano de reestruturação financeira da Air Macau, exige pelo menos oito milhões de euros para vender a participação de 20% que detém na transportadora de Macau, segundo as mesmas fontes.

“O valor referido de 1,5 milhões de euros jamais seria considerado um valor aceitável”, disse à agência Lusa fonte oficial da TAP. “A TAP reafirma a sua disponibilidade para vender a sua participação na Air Macau se receber uma proposta de valor adequada”, acrescentou, no entanto, a fonte da transportadora.

A TAP lidera o consórcio SEAP - Serviços, Administração e Participações que integra ainda em posição minoritária o Banco Nacional Ultramarino (BNU), do grupo Caixa Geral de Depósitos.

A proposta da Air China, que detém 51% da transportadora de Macau através da China National Aviation Corporation, foi feita no âmbito de negociações que decorrem e que arrancaram com a TAP a exigir os valores do investimento inicial atualizados desde 1994, ano em que a Air Macau foi constituída.

Segundo fontes ligas ao processo, a TAP tinha no início das negociações começado por reclamar 11 milhões de euros, aceitando mais tarde retirar ao número o valor dos dividendos dos anos em que a empresa deu lucro.

Por seu lado, segundo fontes próximas do grupo chinês, a Air China defende que a Air Macau tem agora um valor negativo, uma vez que foi avaliada por 219 milhões de patacas (18,9 milhões de euros) em Dezembro de 2008, tendo perdido 250 milhões de patacas no primeiro semestre de 2009.

O atual impasse nas negociações acontece no contexto de uma disputa entre os dois principais acionistas da transportadora macaense, com a TAP a interpor uma providência cautelar para suspender a operação harmónio da Air Macau.

A operação previa a redução do capital social para um milhão de patacas e depois o aumento proporcional das quotas dos acionistas até aos 200 milhões de patacas, ficando os restantes 200 milhões na posse do Executivo de Macau que mais tarde os poderá vender.

Em declarações à Lusa, Carlos Pimentel, representante da TAP Portugal, afirmou recentemente que a companhia portuguesa “não é uma associação de beneficência e não vai colocar dinheiro numa companhia sem estratégia de futuro”. Se o SEAP não acompanhar o aumento de capital, fica numa primeira fase com uma quota de 0,1% e, no final de todo o processo, com uma quota de 0,05%.

A Air Macau vê-se obrigada a reduzir o capital social porque tem prejuízos acumulados de cerca de 500 milhões de patacas, mais de metade do capital social de 400 milhões de patacas o que, de acordo com a legislação de Macau, obriga à declaração de falência, redução do capital social ou reintegração do patrimônio.

Fonte: Tapnews.

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