Depois de inovar com o lançamento do primeiro motor a álcool para avião, hoje operado com sucesso pela aeronave Ipanema, da Embraer, o Brasil está prestes a dar novo salto tecnológico nessa área.
A partir deste mês pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA, antigo Centro Técnico Aeroespacial) e a Magneti Marelli iniciam os testes em bancada do sistema de gerenciamento eletrônico de um motor aeronáutico flex, o primeiro do mundo a operar tanto com gasolina de aviação quanto com etanol.
O sistema flex será implantado em um motor de fabricação americana, o Lycoming 0-360 A1D, que equipa a aeronave U-42 Regente, da Força Aérea Brasileira (FAB), com potência de 180 HP.
Os testes em voo, segundo o coordenador do projeto pelo DCTA, Paulo Ewald, devem ser feitos em uma aeronave Aerobuero 180, pertencente ao Clube de Voo a Vela CTA. A previsão é que os testes sejam iniciados em 2010.
O motor flex surge como uma alternativa para as aeronaves que utilizam motor a pistão, com potência de até 360 HP, principalmente as que operam em aeroclubes e enfrentam dificuldades devido ao alto custo da gasolina.
O motor flex substituiria o atual sistema de ignição e alimentação de combustível usado pela maioria dos aviões a pistão, concebidos na década de 50.
"O sistema flex mede os parâmetros do motor de forma eletrônica e otimiza sua operação para todas as condições de voo e não apenas no ponto de potência máxima, como acontece nos motores a pistão."
Hoje o controle da mistura do combustível é bem rudimentar, feito pelo próprio piloto, que usa a sua experiência para dosar a quantidade de ar e combustível", explica Ewald.
Além de ter um custo mais barato em relação a gasolina, o álcool como combustível, segundo o pesquisador, também tem a vantagem ser mais limpo, pois não usa o chumbo tetraetila, metal pesado e altamente poluente.
"O ciclo de manutenção do motor a álcool também pode ser estendido de 20% a 80%", garante.
O ponto de desvantagem do álcool está relacionado ao consumo 25% maior do que o da gasolina de aviação, mas essa diferença ocorre mais quando o motor está na potência máxima, ou seja, na decolagem".
O Ipanema a álcool da Embraer, por exemplo, voa 5 milhas a mais que a versão a gasolina em qualquer velocidade, por ser mais potente.
A Força Aérea Brasileira (FAB) também tem interesse em aplicar a nova tecnologia em sua frota de T-25, conhecido como Universal e utilizado em treinamento primário de pilotos.
O T-25 já tem uma versão a álcool, mas que não chegou a ser homologada. O modelo só não serviu de base para o motor flex porque, na época em que o projeto foi iniciado, a Magneti Marelli ainda não tinha experiência com motor de seis cilindros.
Para o diretor comercial da Magneti Marelli, Eduardo Campos, o projeto com o DCTA é uma oportunidade para a empresa aplicar o know how que adquiriu com o desenvolvimento do sistema flex para automóveis e novamente ser uma das precursoras na tecnologia flex no Brasil e no mundo.
"Vamos dar ao usuário de aeronaves a pistão a possibilidade de escolher o melhor combustível para o seu avião". O executivo disse que a estratégia da empresa hoje limita-se ao desenvolvimento, mas que a possibilidade de exportação futura do sistema também é muito grande.
Segundo Campos, a Magneti Marelli investiu R$ 3 milhões na adequação da tecnologia do motor flex automotivo para uso aeronáutico. "Essa adequação incluiu a eliminação do carburador, com a colocação do corpo de borboleta e a adoção de bicos injetores".
Também houve a eliminação de magnetos, que foram substituídos por uma central eletrônica, além de sensores de temperatura, giro (rotação do motor) e sonda lambida, que detecta a mistura que a central eletrônica acerta para o motor.
No projeto do novo motor, a Magneti Marelli responsabiliza-se pelo desenvolvimento do sistema de gerenciamento do motor, calibração do sistema e o software, que comanda e controla todas as informações.
A parte de certificação do sistema também será coordenada pela Marelli. O CTA ficou encarregado dos ensaios, tanto de laboratórios quanto de voo, e da especificação dos requisitos aeronáuticos
Aprovado em dezembro de 2006, o projeto do motor flex também recebeu um investimento de R$ 580 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do Fundo Aeronáutico.
O valor, segundo Ewald, está sendo usado na compra de equipamentos, material de reposição e para os ensaios de desenvolvimento.
A partir deste mês pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA, antigo Centro Técnico Aeroespacial) e a Magneti Marelli iniciam os testes em bancada do sistema de gerenciamento eletrônico de um motor aeronáutico flex, o primeiro do mundo a operar tanto com gasolina de aviação quanto com etanol.
O sistema flex será implantado em um motor de fabricação americana, o Lycoming 0-360 A1D, que equipa a aeronave U-42 Regente, da Força Aérea Brasileira (FAB), com potência de 180 HP.
Os testes em voo, segundo o coordenador do projeto pelo DCTA, Paulo Ewald, devem ser feitos em uma aeronave Aerobuero 180, pertencente ao Clube de Voo a Vela CTA. A previsão é que os testes sejam iniciados em 2010.
O motor flex surge como uma alternativa para as aeronaves que utilizam motor a pistão, com potência de até 360 HP, principalmente as que operam em aeroclubes e enfrentam dificuldades devido ao alto custo da gasolina.
O motor flex substituiria o atual sistema de ignição e alimentação de combustível usado pela maioria dos aviões a pistão, concebidos na década de 50.
"O sistema flex mede os parâmetros do motor de forma eletrônica e otimiza sua operação para todas as condições de voo e não apenas no ponto de potência máxima, como acontece nos motores a pistão."
Hoje o controle da mistura do combustível é bem rudimentar, feito pelo próprio piloto, que usa a sua experiência para dosar a quantidade de ar e combustível", explica Ewald.
Além de ter um custo mais barato em relação a gasolina, o álcool como combustível, segundo o pesquisador, também tem a vantagem ser mais limpo, pois não usa o chumbo tetraetila, metal pesado e altamente poluente.
"O ciclo de manutenção do motor a álcool também pode ser estendido de 20% a 80%", garante.
O ponto de desvantagem do álcool está relacionado ao consumo 25% maior do que o da gasolina de aviação, mas essa diferença ocorre mais quando o motor está na potência máxima, ou seja, na decolagem".
O Ipanema a álcool da Embraer, por exemplo, voa 5 milhas a mais que a versão a gasolina em qualquer velocidade, por ser mais potente.
A Força Aérea Brasileira (FAB) também tem interesse em aplicar a nova tecnologia em sua frota de T-25, conhecido como Universal e utilizado em treinamento primário de pilotos.
O T-25 já tem uma versão a álcool, mas que não chegou a ser homologada. O modelo só não serviu de base para o motor flex porque, na época em que o projeto foi iniciado, a Magneti Marelli ainda não tinha experiência com motor de seis cilindros.
Para o diretor comercial da Magneti Marelli, Eduardo Campos, o projeto com o DCTA é uma oportunidade para a empresa aplicar o know how que adquiriu com o desenvolvimento do sistema flex para automóveis e novamente ser uma das precursoras na tecnologia flex no Brasil e no mundo.
"Vamos dar ao usuário de aeronaves a pistão a possibilidade de escolher o melhor combustível para o seu avião". O executivo disse que a estratégia da empresa hoje limita-se ao desenvolvimento, mas que a possibilidade de exportação futura do sistema também é muito grande.
Segundo Campos, a Magneti Marelli investiu R$ 3 milhões na adequação da tecnologia do motor flex automotivo para uso aeronáutico. "Essa adequação incluiu a eliminação do carburador, com a colocação do corpo de borboleta e a adoção de bicos injetores".
Também houve a eliminação de magnetos, que foram substituídos por uma central eletrônica, além de sensores de temperatura, giro (rotação do motor) e sonda lambida, que detecta a mistura que a central eletrônica acerta para o motor.
No projeto do novo motor, a Magneti Marelli responsabiliza-se pelo desenvolvimento do sistema de gerenciamento do motor, calibração do sistema e o software, que comanda e controla todas as informações.
A parte de certificação do sistema também será coordenada pela Marelli. O CTA ficou encarregado dos ensaios, tanto de laboratórios quanto de voo, e da especificação dos requisitos aeronáuticos
Aprovado em dezembro de 2006, o projeto do motor flex também recebeu um investimento de R$ 580 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do Fundo Aeronáutico.
O valor, segundo Ewald, está sendo usado na compra de equipamentos, material de reposição e para os ensaios de desenvolvimento.
Fonte: Valor Econômico - Virgínia Silveira.
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