Serve também para o Santos Dumond e outros aeroportos com pista curta. Trata-se do Aeroporto de Funchal, na ilha da Madeira. Construído originalmente com uma pista de 1.400 metros, está cercado pelo mar e a montanha e por muitos anos deixou apreensivos tripulantes e passageiros que pousavam ou decolavam do local.
A soma das condições geográficas locais adversas, com a pista curta, fazia da aterrissagem em Funchal um ato de coragem e perícia. Mesmo os pilotos mais experientes procuravam evitar aquele aeroporto.
Durante a aproximação era necessário perder muita altitude, algumas vezes sem até mesmo enxergar ainda a pista. A reversão das turbinadas era acionada ainda antes de pousar, para dar tempo da aeronave parar nos limites da pista. Esta manobra arriscada causava tanta aflição aos passageiros, que virou uma tradição os passageiros aplaudirem os pilotos sempre após cada pouso, antes do desembarque.
Até que na noite de 19 de novembro de 1977, um Boeing 727-220 vindo de Bruxelas com escala em Lisboa, com 156 passageiros e 8 tripulantes, vôo 425 da TAP, tentou por três vezes aterrissar e na última tentativa aquaplanou e acabou passando da cabeceira, despencando no vazio. A aeronave partiu-se em duas, a parte da frente pegou fogo e morreram 125 passageiros e 6 tripulantes.
Depois do acidente a pista foi ampliada em 400 metros, mas mesmo assim o aeroporto teve sua capacidade limitada, comportando no máximo 727-100, com 75% de ocupação.
A primeira tentativa de solucionar o problema foi proposta em 1980 pelo engenheiro Edgar Cardoso, que sugeriu um projeto sobre pilares, para evitar um gigantesco aterro sobre o mar. Mas a idéia foi considerada perigosa e esquecida.
Dez anos depois outro engenheiro, Segadães Tavares, revisou os projetos de Edgar Cardoso, readaptou algumas das soluções e a obra foi finalmente aprovada. Iniciou em 1992, durou 9 anos e custou 530 milhões de euros.
A nova pista teria 2.781 metros de comprimento. Para tanto teve de ser deslocada em mais de três graus o seu eixo. Um quilômetro dela, com 180 metros de largura, para evitar aterro sobre o mar, foi construído como uma ponte, numa estrutura suportada por 180 colunas com 70 metros de altura. Com isto, o Aeroporto de Funchal poderia operar até mesmo Boeing 747-400.
Paralelamente à ampliação da pista, o terminal de passageiros também foi modernizado e hoje tem capacidade para 3,5 milhões de passageiros por ano. Embaixo da “ponte” foi implantado um estacionamento para milhares de veículos.
Foi reinaugurado em 15 de setembro de 2001 e para o povo local continua conhecido pelo seu nome original de Aeroporto Santa Catarina.
Em 2004 a obra recebeu o Outstanding Structures Award, prêmio concedido pela Associação Internacional de Pontes e Engenharia Estutural, com sede na Suíça, uma espécie de Nobel ou Oscar da Engenharia mundial.
Esta magnífica obra foi construída por um consórcio formado pela brasileira Andrade Gutierrez e por sua subsidiária portuguesa, a Zagope.
Apesar da segurança hoje oferecida, as tripulações que operam o Funchal ficaram frustradas com o fim de uma tradição: ninguém mais aplaude os pilotos antes de desembarcar.
Fonte: Poder Aéreo.
A soma das condições geográficas locais adversas, com a pista curta, fazia da aterrissagem em Funchal um ato de coragem e perícia. Mesmo os pilotos mais experientes procuravam evitar aquele aeroporto.
Durante a aproximação era necessário perder muita altitude, algumas vezes sem até mesmo enxergar ainda a pista. A reversão das turbinadas era acionada ainda antes de pousar, para dar tempo da aeronave parar nos limites da pista. Esta manobra arriscada causava tanta aflição aos passageiros, que virou uma tradição os passageiros aplaudirem os pilotos sempre após cada pouso, antes do desembarque.
Até que na noite de 19 de novembro de 1977, um Boeing 727-220 vindo de Bruxelas com escala em Lisboa, com 156 passageiros e 8 tripulantes, vôo 425 da TAP, tentou por três vezes aterrissar e na última tentativa aquaplanou e acabou passando da cabeceira, despencando no vazio. A aeronave partiu-se em duas, a parte da frente pegou fogo e morreram 125 passageiros e 6 tripulantes.
Depois do acidente a pista foi ampliada em 400 metros, mas mesmo assim o aeroporto teve sua capacidade limitada, comportando no máximo 727-100, com 75% de ocupação.
A primeira tentativa de solucionar o problema foi proposta em 1980 pelo engenheiro Edgar Cardoso, que sugeriu um projeto sobre pilares, para evitar um gigantesco aterro sobre o mar. Mas a idéia foi considerada perigosa e esquecida.
Dez anos depois outro engenheiro, Segadães Tavares, revisou os projetos de Edgar Cardoso, readaptou algumas das soluções e a obra foi finalmente aprovada. Iniciou em 1992, durou 9 anos e custou 530 milhões de euros.
A nova pista teria 2.781 metros de comprimento. Para tanto teve de ser deslocada em mais de três graus o seu eixo. Um quilômetro dela, com 180 metros de largura, para evitar aterro sobre o mar, foi construído como uma ponte, numa estrutura suportada por 180 colunas com 70 metros de altura. Com isto, o Aeroporto de Funchal poderia operar até mesmo Boeing 747-400.
Paralelamente à ampliação da pista, o terminal de passageiros também foi modernizado e hoje tem capacidade para 3,5 milhões de passageiros por ano. Embaixo da “ponte” foi implantado um estacionamento para milhares de veículos.
Foi reinaugurado em 15 de setembro de 2001 e para o povo local continua conhecido pelo seu nome original de Aeroporto Santa Catarina.
Em 2004 a obra recebeu o Outstanding Structures Award, prêmio concedido pela Associação Internacional de Pontes e Engenharia Estutural, com sede na Suíça, uma espécie de Nobel ou Oscar da Engenharia mundial.
Esta magnífica obra foi construída por um consórcio formado pela brasileira Andrade Gutierrez e por sua subsidiária portuguesa, a Zagope.
Apesar da segurança hoje oferecida, as tripulações que operam o Funchal ficaram frustradas com o fim de uma tradição: ninguém mais aplaude os pilotos antes de desembarcar.
4 comentários:
Madeira esta ca
incrivel que pareça temos pilotos que tem muita dificuldade em aterrar ca quando esta vento. Outos não leva metade da pista.........ja tivemos um 747.
A parte: Debaixo da pista temos o parque desportivo de Agua de Pena o mais procurado pelos Madeireses.
Muito legal esse Aeroporto, a engenharia e o governo de Portugal levam a sério a segurança na aviação comercial. Coisa que aqui no Brasil, eles empurram com a barriga, e só fazem alguma coisa quando acontece algum acidente, mas mesmo assim por pouco tempo.
Abraços e obrigado pelos comentários.
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