terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Executivos estão se livrando do jatinho


Quando Rick Wagoner, o executivo-chefe da General Motors, pegou seu jatinho corporativo para ir a Washington discutir o plano de auxílio financeiro do governo para as montadoras, na semana passada, ele não imaginaria que isso poderia comprometer o futuro da montadora.
O simples fato de Wagoner ter aterrissado em Washington de jatinho para pedir dinheiro público irritou parlamentares, que citaram o episódio como justificativa para não aprovar o plano de socorro às montadoras.

Embora atualmente os jatos executivos, próprios ou alugados, tenham se transformado no principal meio de locomoção de presidentes de grandes corporações ao redor do mundo, seu uso ainda é sinônimo de esbanjamento. Sinal de que a farra da Enron, que foi à bancarrota no início da década, enquanto altos executivos promoviam festas pelos ares, permanece no imaginário popular.

Para evitar danos maiores a sua imagem, a GM anunciou que colocaria à venda dois de seus cinco jatos executivos. Seja pela necessidade de apertar o cinto ou para manter a imagem de austeridade perante aos acionistas, estão todos colocando seus jatinhos à venda. Nos últimos três meses de crise, o estoque de usados no mundo mais de dobrou, passando para cerca de 2.200 jatos.

“Não é mais hora de esbanjar e muita gente fica com vergonha de falar que tem avião”, afirma o empresário Alexandre Eckmann, sócio da Colt Aviation, empresa de táxi aéreo e de compra e venda de jatinhos.

No Brasil, não há um número para o estoque de jatos usados à venda, mas há muito empresário pedindo cotação junto aos revendedores. O empresário José Salim Mattar Junior, da Localiza, por exemplo, avisou que quer vender um de seus dois jatinhos. Ele tem um Citation Bravo (avaliado em cerca de US$ 3 milhões) e recebeu faz poucos meses um Excel (US$ 12 milhões) novinho da fabricante Cessna.

OBJETOS DE DESEJO

Enquanto o crédito era farto e a bolsa fazia milionários (ou bilionários) da noite para o dia, os jatos executivos se transformaram em um dos mais cobiçados objetos de desejo. E esse desejo era tanto que a espera para levar um jato novo para casa, independentemente do modelo ou do fabricante, chegou a mais de quatro anos.

Os jatos usados, pelo simples fato de poderem ser adquiridos imediatamente, passaram a custar mais caro que um novo. “Os preços estavam absurdos. A crise vai servir para aproximar os preços dos usados da realidade”, afirma Rui Aquino, presidente da TAM Marília, revendedora de jatos Cessna.
Fonte: Aeronauta.

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