terça-feira, 2 de setembro de 2008

Aeroporto Internacional Castro Pinto pode fechar por falta de passageiros


A quantidade de vôos que chegam a João Pessoa é insignificante para colaborar com o crescimento do turismo na região. Existe o temor que o aeroporto Castro Pinto feche por causa da escassez de passageiros.

Essa é a opinião de autoridades, representantes de empresários e entidades ligadas ao turismo na Capital.
Segundo dados divulgados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o movimento dos passageiros no aeroporto Castro Pinto é o segundo menor do nordeste, ficando atrás apenas do Aeroporto de Teresina, em Piauí, cidade com pouca tradição na área turística.

"A quantidade de vôos que temos para o turismo é insignificante. Não dá volume para dizer que possa trazer turistas para cá. São cinco ou seis vôos em João Pessoa. Cada vôo traz 120 pessoas, se todos estes fossem turistas, que não são, isso daria uma média de 60 apartamentos ocupados, o que, mesmo para uma cidade com um número menor de estabelecimento que os grandes centros, é muito pouco", ressaltou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Tadeu Sobreira Pinto.


Segundo Paulo Sousa, agente de viagens que atua em João Pessoa, a Capital está sem condições de competir no mercado de passagens em diversos trechos com outras cidades da região, principalmente Recife.

Ele lembra também o número de conexões, que costumam ser em menor quantidade para outros aeroportos do que para a Capital paraibana. "A disparidade de preços e números de vôos é incontestável. Não há como João Pessoa competir com Recife, que é pólo turístico mais próximo, pois os trechos para as grandes cidades são bem mais baratos. Chega a ser 50% mais caro sair daqui de João Pessoa do que da Capital de Pernambuco", enfatizou.


Passagens para João Pessoa são mais caras
Para ilustrar a situação Paulo explica que uma passagem de João Pessoa-São Paulo custa R$ 648,00. Para o mesmo destino saindo de Recife esse valor cai para R$ 479,00, eu posso ir até Recife de ônibus pagando apenas R$ 22,00, mais outros R$ 2,00 de metrô direto até o aeroporto, o que me renderia uma economia, disse.

A Superintendência da Infraero na Paraíba destacou que a atual posição de João Pessoa atrás das demais capitais do nordeste, excetuando Teresina, é porque o aeroporto perdeu cinco vôos. "A empresa BRA deixou de existir, o que ocasionou no cancelamento de três vôos, além de um da empresa TAM e outro da Ocean Air", argumentou Adilson Pereira, superintendente.

"Não sabemos o motivo destes cancelamentos, pois partiram de uma política das empresas responsáveis pelos vôos", adiciona.
Segundo dados divulgados no movimento operacional Acumulado da rede da Infraero, nos seis primeiros meses do ano os aeroportos do Nordeste chegaram a movimentar mais de 10 milhões de passageiros. O Aeroporto Internacional de Salvador alcançou o montante de 3.380.152, seguido pelo de Recife, com 2.661.575 e o de Fortaleza, com 1.947.121. Natal está em quarto lugar, com 890.789 passageiros, superando Maceió com 566.782 e São Luiz, com 530.065 e Aracaju, com 413.659.

João Pessoa fica em penúltimo lugar, com 286.009, na frente apenas de Teresina, com 282.957 passageiros.
Na opinião de Sandro Moura, proprietário de uma agência de viagens em João Pessoa, a proximidade com a capital de Pernambuco diminui de forma significativa o fluxo de vôos para a cidade. "Infelizmente, Recife 'atrapalha' mesmo João Pessoa e a tendência é atrapalhar mais ainda quando a BR-101 estiver totalmente duplicada.

Acho que atualmente é até anti econômico para as companhias aéreas manterem vôos servindo às cidades de Recife, João Pessoa e mesmo Campina Grande", argumentou.
Sandro complementa dizendo que a distância é um dos fatores que influenciam esta situação. Segundo ele, como Recife e João Pessoa ficam a apenas 120 km, é mais fácil se deslocar entre os dois centros urbanos. "Entre Aracaju e Maceió a distância é de 294, mais que o dobro. Por isso o movimento de uma cidade não afeta tanto quanto o da outra", disse.

O professor Laerte Brito, que mensalmente costuma viajar utilizando os serviços do aeroporto, reclama dos horários. "Para alguns destinos só é possível pegar o vôo à noite. Isso é uma inconveniência muito grande, pois em Recife há partidas todas as horas. Em termos de conveniência, é muito mais prático sair de lá se você tem pressa. Acho que são dois fatores que prejudicam a cidade. Primeiro a falta de uma infraestrutura moderna no terminal de passageiros e segundo o baixo fluxo de viajantes.

Talvez até haja uma boa procura, mas as empresas aéreas não criam outros vôos", disse.
Poucos vôos e duplicação da BR-101 devem agravar crise O Aeroporto Castro Pinto, corre o risco de fechar as portas por falta de passageiros e pela conseqüente ausência de vôos regulares. E isso deverá se consolidar assim que as obras de duplicação da BR-101, nos trechos entre a Capital paraibana e Recife (PE), forem concluídas.

Fonte: Contato Radar.

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