segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A realidade é triste...

O Tribunal de Justiça de São Paulo está na iminência de decretar oficialmente a falência da Vasp, companhia que parou de voar em 2005 e está há dois anos em processo de recuperação judicial. A decisão de decretar a falência foi tomada pelos próprios credores, em assembléia realizada no dia 17 de julho.


Pouco depois, o juiz Alexandre Lazzarini, da 1ª Vara de Falência e Recuperação de Empresas, expediu ordem à Polícia Federal impedindo que o empresário Wagner Canhedo, controlador da Vasp, e sua família, deixem o País.


O juiz Lazzarini também vem determinando a devolução das áreas mantidas pela Vasp nos aeroportos do País. Uma da últimas áreas a ser devolvida é justamente o hangar de Congonhas. Segundo a Infraero, "a reintegração (dessa área) encontra-se em fase de execução".


As áreas da Infraero estavam entre os principais ativos da Vasp e hoje estão sendo disputadíssimas por outras companhias.
No mercado, comenta-se que a Azul Linhas Aéreas, que deve iniciar operações até o final do ano, estaria negociando a possibilidade de ficar com as áreas do aeroporto Santos Dumont, no Rio. A intenção seria transferir para o antigo hangar da Vasp a área operacional da empresa.

A Infraero foi um dos principais credores a votar a favor da decretação da falência, ao lado de alguns advogados trabalhistas e do fundo de pensão Aeros. Os sindicatos de aeronautas e de aeroviários votaram contra. "As chances de recebermos alguma coisa vai ser muito pequena", diz o representante do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Marco Reina. "São 5 mil credores trabalhadores e o cobertor é curto para pagar todo mundo."


A dívida da Vasp é estimada em R$ 2,5 bilhões. Além dos aviões, a empresa possui 450 imóveis, avaliados em R$ 200 milhões.


Mas a Vasp ainda pretende lutar pela sua sobrevivência. Segundo o interventor da companhia Roberto de Castro, a empresa vai entrar com recurso para tentar impedir a decretação de falência.

"O argumento a favor da decretação é de que a empresa não cumpriu com seu plano de recuperação. Mas nós fomos impedidos de cumprir o plano justamente por decisões judiciais", defende Castro.

"O plano dependia da venda de ativos, mas o próprio Tribunal de Justiça concedeu liminares nos impedindo de vendê-los."


Os "esqueletos" dos Boeings 737-200 da Vasp chamaram a atenção durante a feira de jatos executivos Labace, que aconteceu no hangar da companhia aérea em Congonhas . A Vasp possui uma frota de 31 Boeings, todos em franco processo de depreciação.



Fonte: Estado de SP

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