Nos cinco dias da feira de negócios, a Airbus recebeu pedidos firmes de oito clientes diferentes, para um total de 247 aeronaves comerciais. Outras duas companhias assinaram memorandos de entendimento para a compra de outras nove aeronaves. A preços de tabela, os negócios fechados pela Airbus têm valor total avaliado em US$ 40,5 bilhões. Entre as transações, 10 novos pedidos para o superjumbo A380, feitos pela Etihad Airways. A empresa de Abu Dhabi comprou os aviões após cancelar um pedido anterior, pelo qual receberia quatro unidades desse modelo, usadas anteriormente para testes pela Airbus.
De acordo com o executivo-chefe de Operações e Clientes da Airbus, John Leahy, o resultado da feira mostra que a expectativa de negócios fracos por conta da crise na indústria aérea nos EUA e dos altos preços do petróleo era exagerada. A fabricante, que iniciou o ano prevendo a venda de 700 aviões neste ano, já elevou essa meta para 850 unidades. Segundo Leahy, a Airbus já acumula 730 pedidos neste ano. É possível que tenhamos que elevar essa meta, diz o executivo. Ainda assim, ele se mostra mais cauteloso em relação ao segundo semestre. O mercado será muito mais fraco no segundo semestre do que foi no primeiro, disse Leahy. A Boeing, por sua vez, teve um airshow muito mais fraco neste ano em Farnborough.
A fabricante norte-americana anunciou 197 pedidos firmes, apresentados por seis clientes diferentes. A preços de tabela, o valor total desses pedidos chega próximo de US$ 25 bilhões. Outra diferença é que a maioria desses pedidos já havia sido incluído anteriormente à carteira da companhia, apenas sem a identificação do comprador. Das 197 ordens anunciadas pela Boeing na feira, apenas 65 foram resultado direto da operação em Farnborough. No fim, a companhia norte-americana utilizou do próprio artifício que seu vice-presidente de Marketing, Randy Tinseth, condenava em seu blog corporativo no início da semana do Airshow.
O que vem por aí? Bem, aqui está o que posso com confiança prever para o airshow deste ano: muita conversa acerca de quem entre Boeing e Airbus está ganhando a 'guerra dos pedidos' neste ano. E que essas conversas não serão mais relevantes do que são normalmente. Nosso competidor tende a segurar seus anúncios de pedidos (algumas vezes fechados em anos anteriores) até a data do airshow, na tentativa de criar um 'barulho'.
Mas a Boeing vê a semana do airshow como apenas uma em 52, escreveu o executivo. A considerar suas declarações, mesmo as outras semanas neste ano têm sido mais fracas para a Boeing em relação à Airbus. Até o dia 15 de julho deste ano, a fabricante norte-americana acumulava pedidos para apenas 542 aeronaves, cerca de 25% menos que a rival européia.
Fonte: Globo Online.
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