TV LCD, foices, boneca inflável, chuteiras e carrinho de bebê fazem parte da montanha de objetos guardados na sala de “achados e perdidos” do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus.
Atualmente, o acervo conta com 464 itens. Em 2011, o setor de segurança do aeroporto computou 577 objetos e, em 2010, 658. O número, de acordo com o gerente da segurança em exercício do local, Atabilho Édson, acompanha a popularização da aviação no país.
“O uso dos aviões como meio de transporte aumenta em média 20%, e o esquecimento de malas e outros objetos tem acompanhado essa crescente”, revelou.
Atrasados esquecem mais
Conforme explicou Atabilho Édson ao acritica.com, os mais variados objetos deixados comumente no saguão, e na sala de embarque, geralmente são esquecidos pelos viajantes “apressadinhos”.
Eles são caracterizados pelo gerente como as pessoas que chegam ‘em cima da hora’ para efetuar o check-in (apresentação do passageiro no balcão da empresa aérea munido de documentos e bagagem).
“Aqueles que chegam em cima da hora esquecem mais. Os passageiros vem com muitas malas e se atrapalham na hora de fazer o check-in. Também existem aqueles que param para tomar um café, fazer uma ligação e acabam deixando alguma coisa”, comentou.
Histórias curiosas
No ambiente reservado para guardar os objetos pode-se constatar histórias interessantes de puro esquecimento e desinteresse.
Imagine viajar para Miami, nos Estados Unidos, voltar com várias compras e simplesmente deixar três grandes malas (recheadas de produtos) no saguão do aeroporto, e não voltar para reclamar a propriedade dos pertences? Essa é apenas uma das situações com a qual os responsáveis pelo setor de achados se deparam no aeroporto de Manaus.
“A demanda em busca dos objetos perdidos não é assim tão expressiva. Nosso caso mais antigo de esquecimento data de 2008. Esse objeto nunca foi reclamado. Assim como ele, temos vários outros. As pessoas simplesmente esquecem”, disse o gerente da segurança, frisando que o viajante é responsável pela sua bagagem e que o setor só responde pelo item que lhes é entregue.
Procedimentos
Qualquer bem esquecido no aeroporto e entregue ao setor de segurança do local passa por um protocolo.
Os objetos recebem uma numeração e, nos casos onde se pode encontrar o nome e os contatos do proprietário, os profissionais são direcionados a estabelecer contato.
Já nas situações onde não existe referência do dono, os itens(clique para ver galeria de imagens) são destinados a uma sala no próprio aeroporto onde ficam em média por três meses.
“Depois deste período encaminhamos o objeto perdido para a justiça, que formula um edital de divulgação de bens”, frisou.
Dentro destes três meses, o viajante pode entrar em contato com o setor de segurança no próprio aeroporto. Basta a apresentação da carteira de identidade e do comprovante de compra do objeto.
Caso o proprietário não possua a nota fiscal, os profissionais implicarão ao requerente uma série de perguntas sobre o iten solicitado, para cruzar com as características do bem.
“Se o esquecido enviar uma terceira pessoa na tentativa de reaver o que perdeu, será preciso à expedição de uma declaração reconhecida em cartório que diga que a pessoa em questão está autorizada a retirar o objeto”, ressaltou Édson.
Legislação
O setor de achados e perdidos dos aeroportos do país obedece aos artigos 1.233 a 1.237 do Código Civil Brasileiro, que dispõe sobre ‘coisa alheia perdida’. Os artigos 1.170 e 1.176 do Código Processual Penal também legislam sobre as ‘coisas vagas’ (perdidas).
Recompensa
Segundo o Art. 1.234 do Código Civil Brasileiro, aquele que restituir a coisa achada terá direito a uma recompensa não inferior a 5% do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte do objeto.
Fonte: http://acritica.uol.com.br
Photo by: Luiz Vasconcelos
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