quarta-feira, 6 de maio de 2009

Combustível afunda TAP


A administração da TAP revelou na passada terça-feira os resultados referentes ao ano de 2008, onde se destaca um prejuízo de 285 milhões de euros. O valor poderá ascender aos 320 milhões, segundo a Parpública, se for considerada a aquisição da totalidade do capital da Groundforce, que era detido em 50,1% por um consórcio de entidades bancárias (Banif, BIG e Banco Invest).

Segundo Michael Conolly, administrador financeiro da TAP, para este resultado negativo da companhia em muito terá contribuído a fatura de 703 milhões de euros com custos de combustível, 220 milhões acima do projetado.

Em 2007 a TAP tinha registado 421 milhões de euros com custos de combustível. A falta de liquidez impediu a TAP de celebrar contratos de hedging a longo prazo, o que segundo Fernando Pinto, presidente da companhia, deixou a empresa mais exposta à volatilidade dos mercados. Apesar do resultado líquido negativo, a TAP registou proveitos operacionais de 2.161 milhões de euros, o que se traduz num crescimento face a 2007 de 13%.

Neste capítulo a empresa faturou 1.816 milhões de euros com a venda de passagens aéreas (+13%); e a área da carga cresceu 19% para 116 milhões de euros. Também na área da manutenção e engenharia (assistência a terceiros) a TAP obteve um comportamento positivo, crescendo 9% e atingindo uma faturação de 139 milhões de euros.


No total, ainda de acordo com Conolly, a operação do transporte aéreo cresceu 21%, sendo que 8% deste aumento não foi absorvido. Em condições normais, explica, a TAP deveria ter vendido mais 3 a 4%, o que acaba por se traduzir em perdas entre os 55 e os 75 milhões de euros.

Os custos de exploração da TAP, SA ascenderam a 2.113 milhões de euros, uma subida de 26,4% relativamente aos 1.672 milhões registados em 2007. Assim, o resultado líquido da companhia de aviação foi de -209 milhões de euros, contra os 56 milhões de lucro de 2007.

Ao nível da TAP SGPS, aos -209 milhões da transportadora juntou-se as perdas de 36 milhões de euros da Groundforce e de 29 milhões da VEM, sendo que a PGA acabou por verificar um resultado negativo de quatro milhões de euros. Tudo somado… 285 milhões de euros. No entanto, de acordo com Michael Conolly, os lucros de 2007 (32,8 milhões de euros) não podem ser comparados, uma vez que só em 2008 a TAP consolidou a sua posição na VEM, incorporando as perdas, o mesmo sucedendo com a Groundforce.

A compra da Groundforce e PGA

E por falar em Groundforce, Fernando Pinto justificou a compra da maioria do capital da Groundforce e a nomeação de uma nova administração com a quebra de pontualidade no aeroporto de Lisboa. “Em 2007 estávamos com uma pontualidade no hub em torno dos 60%, mais de 10 pontos percentuais abaixo da média europeia, o que levava muitos passageiros oriundos do Brasil ou África a perder as suas ligações”, justifica.

Desde a mudança da estrutura acionista já se notam, segundo o presidente da TAP, melhorias consideráveis. Em 2008 a percentagem de voos com saídas até 15 minutos depois do horário já andou alinhada com a média europeia e o acumulado de 2009 situa-se nos 81%, 4% acima da média, colocando a TAP entre “as cinco melhores companhias aéreas em pontualidade da Europa”.


Também a compra da PGA foi um dos temas abordados, com Fernando Pinto a afirmar que “quem escreve que a TAP foi obrigada a comprar a Portugália é porque não me conhece”.

De acordo com o mesmo responsável, há muito que a companhia tinha identificado a necessidade de alimentar o hub e captar cidades mais próximas de menor capacidade de tráfego. Para alcançar esse objetivo, revela, foram tentados vários acordos com a Portugália mas falharam, tendo mesmo sido ponderado a criação de uma companhia aérea regional de raiz.

A opção pela aquisição da PGA assegurava, segundo o presidente da companhia, uma maior rapidez no retorno do investimento. “E apesar dos 4 milhões de euros de prejuízo registados em 2008, os ganhos que a estratégia consertada trouxe para a TAP já justificaram a sua aquisição”, destaca.


Já em 2009, a companhia aérea nacional registou uma quebra no tráfego de passageiros nos quatro primeiros meses de 2,7%. Ainda segundo Fernando Pinto, a TAP SGPS apresenta uma previsão de resultados do primeiro trimestre deste ano cinco milhões acima do orçamento.

E para lidar com uma economia em recessão a TAP tem projetado uma redução seletiva da oferta (cinco mil voos até Maio), podendo igual situação vir a repetir-se no segundo semestre.


Fonte: Publituris.

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