terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A super fusão agita o Oriente Médio


Nada se compara à possibilidade de união entre dois ou eventualmente três potentados da aviação no Oriente Médio, a Emirates Airlines e a Etihad Airways, com a Qatar Airways.
Apesar de desmentidos oficiais, a discussão vale: a fusão consolidaria um Leviatã, capaz de redesenhar o cenário de todo o setor. Embora as três frotas somadas representem 220 aeronaves, as companhias respondem juntas por 450 ordens de compra à Airbus e Boeing.
Ou quase 60% de tudo que será produzido. O cenário deixa assustados os concorrentes hoje obrigados a encolherem-se para aguentar o tranco da onda de recessão. Só a aérea de Dubai carregou 21 milhões de passageiros no ano passado e seus vôos de São Paulo para o emirado vivem entupidos. 

Seria um casamento de conveniência, no qual todos possuem dotes generosos, vêm de famílias rivais e são extremamente
ambiciosos.
Fala-se que o governo do emirado de Abu Dhabi, dono da Etihad, quer 30% das ações da Emirates. Ou mesmo que as duas empresas se fundiriam totalmente.
No cenário que calça a boataria, o piso seria uma certa dúvida por parte de alguns investidores, a Emirates fez um IPO, oferta pública de ações, milionário no início do ano, da capacidade de a companhia pagar as encomendas.
Só dos superjumbos A-380 são 58 unidades, sem falar nos widebodies B777 da Boeing.
 
Já a Etihad também cresceu rápido em cinco anos, tendo carregado seis milhões de passageiros em 2007. O volume de encomendas também é ambicioso, US$ 43 bilhões, mas a companhia ainda não atingiu o break even, o patamar de rentabilidade. A previsão, antes da crise, era a de bater a meta em 2010. Será?

Dubai e Abu Dhabi competem em quase tudo. São separados por 75 km e unidos por uma superestrada de seis pistas, a Sheik Zaheed, por onde Porsches e Ferraris disputam animados rachas na madrugada.
Mas em aviação, o segredo ali é a união, haja visto que o maior aeroporto do mundo (Dubai Central), com seis enormes pistas de pouso, fica exatamente na metade do caminho.
A chave é a localização dos emirados, uma região central entre Ásia, África e Europa. Há 3,5 bilhões de pessoas vivendo em um raio de oito horas de vôo de Dubai ou Abu Dhabi, sem falar no Qatar, cuja companhia, a Qatar Airways, partilha das mesmas estratégias e objetivos.

Qualquer uma das três cidades está em posição ideal como hub de conexão, papel testado e aprovado nas Olimpíada de Pequim.
A Emirates já tem várias rotas de longo curso, só não tem mais porque alguns países parecem querer bloquear essa expansão para proteger as próprias empresas.
Os xeques imaginam colocar os emirados no centro do comércio mundial em meados desse século e já vinham preparando o terreno para eventuais oscilações.
O IPO da Emirates e das ações do porto de Dubai (Jebel Ali) alcançaram excelente resultado. Em contrapartida, no entanto, a lucratividade da companhia aérea em valor de ações teria caído nos últimos meses.
Fonte: JB Online.

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