Quem vai viajar já sabe: no saguão dos aeroportos, nada de deixar a mala solta e se distrair procurando a passagem no bolso ou tomando café. Em poucos segundos, ela pode sumir. Mas o que dizer de ter objetos furtados depois de entregar a mala aos cuidados da companhia aérea escolhida para a viagem?
Quando a bagagem extravia, é comum que o passageiro desembarque e só volte a ter os pertences em mãos alguns dias depois. A fisioterapeuta Carla Daniela de Oliveira Ferreira, 35 anos, foi vítima de algo mais inusitado: a mala extraviou e, ao ser devolvida, três dias depois, estava esvaziada . Levaram de dentro da mala desde roupinhas de bebê, presentes a uma amiga, a perfumes, manta, jóia e bijuterias.
"Não acreditei que faltavam várias coisas dentro da mala" diz Carla, disposta a enfrentar burocracia para reaver seus pertences, não apenas pelo valor, mas pelo direito de não ter seus pertences surrupiados.
Em resposta à queixa de Carla, a KLM informou que não se responsabiliza por jóias e pediu notas fiscais de objetos desaparecidos .
A Secretaria de Segurança Pública informa que em três meses, de julho a setembro passados, foram registrados 12 casos de furto de bagagem ou de objetos guardados dentro de malas na delegacia que funciona dentro do aeroporto de Cumbica.
Nem todas as vítimas, porém, recorrem à polícia. Sempre que há qualquer problema com bagagens a orientação dada ao passageiro nos aeroportos é que procure primeiro a companhia aérea, que tem 30 dias para resolver o problema. Se não houver resposta satisfatória, o consumidor poderá se queixar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas apenas se o caso for de extravio de bagagem ou mala danificada.
De acordo com a Anac, em 2007 foram registradas cerca de 1.600 queixas deste tipo. Furtos, ressalva, devem ser apurados pela polícia. (Saiba quais são as orientações do Guia do Passageiro da Anac, sobre perda e extravio de bagagem).
Fontes que atuam no setor de segurança do aeroporto de Guarulhos, porém, dizem que pelo menos dez malas por mês têm objetos furtados. Parece pouco diante do número de passageiros que embarca ou desembarca diariamente ali, perto de 60 mil, mas ter produtos retirados de dentro da bagagem - independentemente do valor, demonstra, no mínimo, desrespeito aos passageiros.
Impossível agir sozinho
Para furtar objetos na área restrita do aeroporto dificilmente o ladrão age sozinho. O Aeroporto de Guarulhos tem cerca de 300 câmeras para vigiar o movimento. Desde o início do ano, os funcionários têm de passar bolsas, mochilas e afins em aparelhos de Raios-X, monitorados por quatro seguranças. Até mesmo os sapatos têm de ser tirados.
" Os roubos são mais comuns nos vôos vindos de Miami, Panamá, Buenos Aires e Johannesburgo, na África do Sul "
Em março passado, dois funcionários da Sata, empresa que manipula bagagens em Cumbica, foram flagrados pelas câmeras do circuito interno violando a bagagem de um passageiro e furtando um carregador de telefone celular.
Os dois estavam no espaço de esteira de bagagem do embarque internacional das companhias aéreas Lan Chile e TAP. Um deles apareceu abrindo uma mochila que passava na esteira, Em seguida, ele retirava um carregador de aparelho de telefone celular da mala e o colocava no bolso de sua calça. O outro funcionário conversava com o autor do furto enquanto observava a ação.
O passageiro que teve a mochila aberta não foi localizado pela polícia.
"É muito difícil alguém tirar alguma coisa de uma mala sem a ajuda de outra pessoa. Há sempre um comparsa para ajudar no crime" diz a fonte ouvida pelo site do Globo, que não quer ser identificada.
Setor de embarque apresenta mais problemas
Os furtos de objetos de dentro de malas são mais comuns no embarque. É quando a mala fica mais tempo dentro do aeroporto. Em um vôo internacional, o passageiro faz o check-in cerca de 2 horas antes de entrar no avião.
"O funcionário que viu a mala passar pelo raios-X pode detectar a presença de algum objeto de valor e depois roubar o produto. Ele vai ter muito tempo para isso até que o avião decole. E o ladrão sabe exatamente o que vai roubar, por isso, nunca bagunça a mala. Ele abre e leva o que quer " conta a fonte.
A regra vale para qualquer aeroporto do mundo, já que o caminho da malas dificilmente muda. A bagagem passa pelas mãos do funcionário da companhia aérea, que faz o check-in na frente do cliente, e segue pela esteira. Em seguida, é transportada num carrinho até o compartimento de carga da aeronave.
No desembarque, em geral, a mala não leva mais de dez minutos para chegar às mãos do passageiro, a não ser que extravie. Além disso, a bagagem não passa por Raios-X. Dificilmente, gatunos se arriscam a abrir uma mala sem saber se ela carrega objetos de valor:
"Chegam de 300 a 400 malas por vôo. O criminoso não vai se arriscar a abrir qualquer mala" diz o funcionário do aeroporto de Guarulhos.
Ele acrescenta que as malas podem ser violadas facilmente, sem que o cadeado seja arrombado, abrindo o zíper com uma caneta, em um ou dois minutos.
Abaixo, um vídeo que mostra como abrir uma bagagem sem danificar nada.
Quando a bagagem extravia, é comum que o passageiro desembarque e só volte a ter os pertences em mãos alguns dias depois. A fisioterapeuta Carla Daniela de Oliveira Ferreira, 35 anos, foi vítima de algo mais inusitado: a mala extraviou e, ao ser devolvida, três dias depois, estava esvaziada . Levaram de dentro da mala desde roupinhas de bebê, presentes a uma amiga, a perfumes, manta, jóia e bijuterias.
"Não acreditei que faltavam várias coisas dentro da mala" diz Carla, disposta a enfrentar burocracia para reaver seus pertences, não apenas pelo valor, mas pelo direito de não ter seus pertences surrupiados.
Em resposta à queixa de Carla, a KLM informou que não se responsabiliza por jóias e pediu notas fiscais de objetos desaparecidos .
A Secretaria de Segurança Pública informa que em três meses, de julho a setembro passados, foram registrados 12 casos de furto de bagagem ou de objetos guardados dentro de malas na delegacia que funciona dentro do aeroporto de Cumbica.
Nem todas as vítimas, porém, recorrem à polícia. Sempre que há qualquer problema com bagagens a orientação dada ao passageiro nos aeroportos é que procure primeiro a companhia aérea, que tem 30 dias para resolver o problema. Se não houver resposta satisfatória, o consumidor poderá se queixar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas apenas se o caso for de extravio de bagagem ou mala danificada.
De acordo com a Anac, em 2007 foram registradas cerca de 1.600 queixas deste tipo. Furtos, ressalva, devem ser apurados pela polícia. (Saiba quais são as orientações do Guia do Passageiro da Anac, sobre perda e extravio de bagagem).
Fontes que atuam no setor de segurança do aeroporto de Guarulhos, porém, dizem que pelo menos dez malas por mês têm objetos furtados. Parece pouco diante do número de passageiros que embarca ou desembarca diariamente ali, perto de 60 mil, mas ter produtos retirados de dentro da bagagem - independentemente do valor, demonstra, no mínimo, desrespeito aos passageiros.
Impossível agir sozinho
Para furtar objetos na área restrita do aeroporto dificilmente o ladrão age sozinho. O Aeroporto de Guarulhos tem cerca de 300 câmeras para vigiar o movimento. Desde o início do ano, os funcionários têm de passar bolsas, mochilas e afins em aparelhos de Raios-X, monitorados por quatro seguranças. Até mesmo os sapatos têm de ser tirados.
" Os roubos são mais comuns nos vôos vindos de Miami, Panamá, Buenos Aires e Johannesburgo, na África do Sul "
Em março passado, dois funcionários da Sata, empresa que manipula bagagens em Cumbica, foram flagrados pelas câmeras do circuito interno violando a bagagem de um passageiro e furtando um carregador de telefone celular.
Os dois estavam no espaço de esteira de bagagem do embarque internacional das companhias aéreas Lan Chile e TAP. Um deles apareceu abrindo uma mochila que passava na esteira, Em seguida, ele retirava um carregador de aparelho de telefone celular da mala e o colocava no bolso de sua calça. O outro funcionário conversava com o autor do furto enquanto observava a ação.
O passageiro que teve a mochila aberta não foi localizado pela polícia.
"É muito difícil alguém tirar alguma coisa de uma mala sem a ajuda de outra pessoa. Há sempre um comparsa para ajudar no crime" diz a fonte ouvida pelo site do Globo, que não quer ser identificada.
Setor de embarque apresenta mais problemas
Os furtos de objetos de dentro de malas são mais comuns no embarque. É quando a mala fica mais tempo dentro do aeroporto. Em um vôo internacional, o passageiro faz o check-in cerca de 2 horas antes de entrar no avião.
"O funcionário que viu a mala passar pelo raios-X pode detectar a presença de algum objeto de valor e depois roubar o produto. Ele vai ter muito tempo para isso até que o avião decole. E o ladrão sabe exatamente o que vai roubar, por isso, nunca bagunça a mala. Ele abre e leva o que quer " conta a fonte.
A regra vale para qualquer aeroporto do mundo, já que o caminho da malas dificilmente muda. A bagagem passa pelas mãos do funcionário da companhia aérea, que faz o check-in na frente do cliente, e segue pela esteira. Em seguida, é transportada num carrinho até o compartimento de carga da aeronave.
No desembarque, em geral, a mala não leva mais de dez minutos para chegar às mãos do passageiro, a não ser que extravie. Além disso, a bagagem não passa por Raios-X. Dificilmente, gatunos se arriscam a abrir uma mala sem saber se ela carrega objetos de valor:
"Chegam de 300 a 400 malas por vôo. O criminoso não vai se arriscar a abrir qualquer mala" diz o funcionário do aeroporto de Guarulhos.
Ele acrescenta que as malas podem ser violadas facilmente, sem que o cadeado seja arrombado, abrindo o zíper com uma caneta, em um ou dois minutos.
Abaixo, um vídeo que mostra como abrir uma bagagem sem danificar nada.
Fonte: O Globo.
Um comentário:
Quando viajei a Buenos Aires, me assegurei de viajar por uma aerolinha de confiança. Fiquei num dos apartamentos em Buenos Aires também de confiança porque isso é muito importante.
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